terça-feira, 25 de novembro de 2008

Quem tem muito Amor para dar



Quem tem muito Amor para dar...



Ele veio de uma aldeia próxima.
Chegou ali, nas imediações de Madurai, e viu um templo estranho: num alpendre da frente, colunas de cavalos empinados, com deuses entre as patas que ficavam na terra,
sustentavam o teto do alpendre.
O rapaz, vendedor de objetos feitos com espécie de vime, resolveu entrar no Templo.
Suas salas não eram grandes, mas, havia uma atmosfera estranha; para se dizer, confusa...ele, o rapaz, sentia na atmosfera, "cheiro de mulher"... por isso, resolveu ficar mais tempo... observando o movimento do templo.
Numa sala revestida com pedra, um homem sentado no chão, batia palmas e falava com uma dançarina, misturando palavras curtas com palmas, dominando o ritmo da dança.
Não havia música; só ritmo: isso era o principal.
O homem sentado no chão, viu o rapaz com os objetos de vime pendurados no ombro e
fez sinal para que ele se afastasse dali.
O jovem desceu uma escada de pedra e se encontrou num outro alpendre, porém maior do que o de cima, na entrada do templo: diante dele, um pátio retangular e lá ao fundo, sobre um muro que fechava o pátio, uma colina pequena, marrom, meio lage e terra.
Ele, o rapaz, estava com fome; foi quando, vindo do andar de cima,uma jovem de uns quinze anos, apareceu diante dele. Descalça, uma roupa como um sarong, envolvia seu
corpo; os cabelos enormes, fartos, caiam pelas costas, até abaixo de suas nádegas. Os lábios eram carnudos e tingidos com suco vermelho de algum fruto. Apesar da fome, o rapaz se encantou com a moça. Por sua vez, a moça, que nunca vira olhos tão belos como os dele, o olhava com admiração e sem saber que atitude tomar. Por fim, lhe estendeu um doce de sementes amassado com mel, ja meio mordido. O rapaz, sorrindo, pegou o doce e o comeu... fazendo sinal para a jovem que apreciara a comida e também fazendo sinal para o estomago, que estava com fome.
A jovem, fez-lhe um aceno para que a acompanhasse e juntos, subiram uma escada no fundo da sala principal e sairam ao ar livre, diante de montanhas rochosas, baixas, arredondadas.
Em cavernas, cavadas nas rochas, existiam outros altares, e salas com frutas, cereais, melado de cana. Com uma casca seca de fruta, a moça tirou água de um dos vasilhames e ele limpou os dedos.
Ele, então, contou que vinha de uma aldeia vizinha, ver se podia vender ali os seus objetos de vime. A moça contou que era dançarina do templo e sua familia morava um pouco adiante.
A fome satisfeita, os olhos de ônix negro do rapaz, passeavam sobre o corpo da moça.
Dela, emanava um cheiro de óleo perfumado, suor e fêmea.
O filho do deus Shiva, Murunga, tomava conta e zelava por uma energia esparsa no recinto onde estava o altar de entrada. Naquele templo, fora desvendada uma energia que impulsionava A Chave da Vida, o Secreto da Existencia.
Essa Energia, como Chama Invisivel, mantinha a Existencia na Terra, do Cosmos Universal. Era como se fosse o Ponto G, classificado hoje na mulher, assim era o ponto G, no Espaço Universal.
Essa Energia correspondida no Ser Humano, era um Eco do Ritmo de Shiva, o Transformador.
Quem tivesse vivido e servido nesse Templo, transformado pelo deus Shiva, seria um ser diferente, mesmo que tivesse consentido viver entre os terráqueos..
O amor despertado entre os dois jovens, rolaria retumbando pelo Espaço, alimentado pelo deus Servo e Vigilante do Mantenedor da Criação, o deus do amor, Vishnú.
clarisse

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