segunda-feira, 3 de novembro de 2008


Olhos Negros


O retrato com as duas familias e amigos de Joana e Fernando, corria de mão em mão.
O retrato fora tirado no dia do noivado dos dois, Joana e Fernando.
O que ocasionava que o retrato corresse entre alguns participantes da festa, era que, a prima de Joana, Clara, estava no retrato, com sua bengalinha de doente com osteoporose.... e ainda mais, Clara não fora à festa de noivado.
Mas... estava no retrato!
Clara mesmo, constatou isso.

Quando Clara tinha 37 anos, e ainda podia andar mais ou menos, fora com seu pai à Grécia, e gostara muito de um lugar chamado Serifos.
Serifos, tinha umas montanhas baixas, que avançavam para o mar. A cidade era pequena, com casas brancas a beira de um mar calmo, sem ondas.
O que acontecera em Serifos?

Clara subia as montanhas e ficava contemplando o mar azul claro e sereno.
Um dia, Clara se deixara ficar mais tempo e o anoitecer a pegou naquele passeio.
Destacando-se diante da tela do anoitecer, um par de olhos negros, grandes, rasgados,
apareceu flutuando no ar.
Clara intuiu que os olhos pertenciam à uma mulher.

Fixando os olhos, ela sentiu que a paisagem de Serifos, nada representava para ela.
Procurou aproximar-se dos olhos, mas os olhos se retraiam.
Seu corpo tomava uma outra composição simpática aos olhos.
Clara notou que na atmosfera em que se encontrava, não tinha nada a ver com a atmosfera terrestre - ao mesmo tempo, Clara se expandiu - sentiu-se enorme, sua enormidade ultrapassava as montanhas e o mar, mas, seu volume fazia desaparecer toda
ideia de volume em confronto com os volumes dos acidentes geograficos daquela paisagem.
No ambiente em que se encontrava, os olhos negros lhe falaram:
- Não pensas com o corpo, teu ser agora é outro. Perdeste o dom da palavra, mas não da concatenar o ambiente terrestre. Podes te fundires em mim, mas serei sempre o par de olhos negros, pois mais nada importa. Sendo um Espirito, podes te materializar em qualquer lugar, e tua meditação não será mais do que me reconheceres para te facilitar a liberdade sem mácula e doença.
Quando realizares esta libertação na terra, terás a do Espaço.
clarisse

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Tempo corrido



Ao ver as mensagens que me enviam, sobre paisagens de outros paises - belas paisagens - isso, não me traz compensação.
A única coisa que me compensa, agora, é sentir "o cheiro" divino.
Deus, tem cheiro.
Quando sinto "seu cheiro", me recompenso.
Toda a Natureza se "transforma".
É através de Deus que agora, no meu "pequeno ver", me construo, n`Ele me refaço.
As paisagens vistas no Video, passam, e se vão...
Através de Deus atravesso a Vida.
Em Deus, não ha passado, presente e futuro.
O Presente engloba o Passado e o "Futuro".
Não é o tempo que se transforma, mas sim, eu mesma.
Em mim, tudo se transforma; essa transformação interior me arrasta por mim mesma.
As paisagens que eu vejo, são minhas, mesmo: diante delas, as paisagens, inclino a cabeça com reverencia: tudo que vem de Deus, eu reverencio: com humildade e bater de coração - que mais, posso desejar para mim mesma?
clarisse

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