terça-feira, 30 de junho de 2009

Cêrca de Folhas de Bananeira





Nas paredes de madeira,
de minha casa,
de madeira,
Por detrás dos retratos, do Sri Lanka,
da India,
do Egito,
corria uma vertente negra, mal cheirosa.
Chamei o caseiro e apontei o misterio;
- ele, naturalmente, subiu ao sótão
e constatou a morte de um gambá.
- O gambá, disse ele, fez um revestimento na parede,
de folhas sêcas de bananeira; foi por isso,
que chorei...
Quanto tempo levou o gambá, colhendo as bananeiras
sêcas, e distendendo-as na parede como um revestimento
artístico?
Rezei muito por ele; orei para que lhe fosse dado uma outra
vida melhor, como animal, ou, já como aspirante `a humano,...
porque, por maior que seja o sofrimento, é esquecida sua
substância, mas o impacto na Alma, sobrevive no Espírito,
para facilitar, ao menos, a claridade da Divindade, tênue, se
espalhando no Cosmos...aguardando a delineação para
outra vida, quiçá mais feliz sobre a Terra.
clarisse

.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Espectro





O cabelo, era farto e negro.
Os seios, cheios e empinados.
A cintura fina, modelada pela dança do templo hindú.
As ancas arredondadas, fartas de carne macia.
Os tornozelos finos, os pés pesados, pelo chão que pisavam, de terra da estrada do templo à sua casa, e a volta ao templo.
As jóias, se misturavam ao suor do pescoço e do colo.
A bayadera era sedutora e sabia disso - e abusava disso - e ria disso.
Por ciumes, um dia foi abatida sobre as pedras do templo; o sangue grosso, escuro, perfumado à morte, correu por entre as pedras do chão e lá ficou.

O Espectro, se manteve no Eter, olhando com seus olhos mortiços, a superficie da Terra;
levava consigo, um recado aos gênios do Inferno, as Almas sêcas e cruéis que povoavam a Terra..
O Espectro levava recado aos Infernais, de que Ele, o Espectro, iria habitar entre eles.
Numa Lua negativa de Outubro, o Espectro renasceu na Terra - mas, também levava consigo, enrolados dentro de sua mão esquerda, as artimanhas do Inferno.
Durante muito tempo, talvez uns quinze anos da Terra, o Espectro sobreviveu, entre todas as amarguras físicas.
Tinha repulsa e atração pelo sangue, que lhe deixara escapar a Vida, uma Vida de beleza, de amor apaixonado.
Então, numa noite negra, como todas as noites, iluminada por uma lampada murcha, numa sala com pessoas que nada compreendiam da Vida nem da Morte, a presença fantasmagórica do seu amor do passado, que num ato fatídico quisera preservar só para ele a mulher por quem era apaixonado, mas, que agora, não passava de um espectro sem os atrativos humanos de quem ele conhecera, esse amor, que ela, o Espectro, deixara de recolher do Espaço, a Alma aflita, que os Arcanjos não permitiram que recolhesse, que abraçasse, veio, por intermédio dos médiuns, lhe pedir perdão.
Ela respondeu que o perdoava - e como não o iria perdoar, se agora, um trapo de gente sem beleza, sem atrativos, vagava solitária, amargurada, incompreendida, tendo conseguido sobreviver, só porque regressara ao Mundo das Almas Penadas, vivendo como ser humano, mas sobrevivendo como Espectro, para viver entre os dois mundos que são o Eter e a Terra?
Ele, o antigo amante que não reencarnara, estava como fôra,, belíssimo, olhos de um negror que só a morte que é eterna pode conservar, como iria agora olhar para o Espectro materialisado, na carne, porém, outra carne, não tão bela como a que conhecera, tentando se preservar no Espectro, para não se sentir desprezada por ele, o amante de quem ela nunca esquecera, e que só tivera até hoje, como alguém para amar.
clarisse

sábado, 27 de junho de 2009

As tâmaras




As tâmaras


fazem um mundo - à parte.

Quando são amontoadas
ao serem colhidas da palmeira,
formam um mundo compacto,
doce;
seu mel une os frutos,
transformando-os numa massa
pegajosa,
como uma fatia
da vida
á qual não damos importancia,
e se torna
um naco perdido
que completaria a filosofia de nossa
existencia retalhada.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Área a percorrer




Nunca se sabe se o caminho, a estrada, existe.
Nunca se sabe se tínhamos algum lugar para ser ponto de partida - muito mais, se caminhamos para chegar à algum lugar.
No Infinito, não existe partida nem chegada.
A Meta, é transformavel - dia a dia a Meta, ela se modifica, de acordo com o procedimento do individuo.
Sentimos que chegamos sempre à algum lugar - mas, ao mesmo tempo, esse lugar se transforma numa ilusão. É como o imenso Saara, o deserto. É dificl nos orientarmos no deserto. E ainda ha a lenda da "Fada Morgana", a Ilusionista - vemos coisas no deserto que se criam, e não percebemos que foram criadas por nós mesmos... tudo no planeta Terra, é poduto de nossa imaginação. E, ainda assim, não temos controle de modificar isso, porque não nos integramos na Misericordia, porque a piedade pode modificar tanto a área de quem precisa, como a área de quem dá.
Não somos um simples joguete na Estrada da Vida. Nós temos atuação nessa caminhada. Primeiro, devemos ouvir Deus; se merecermos, transfomação e socorro, e estivermos purificados para o merecimento, Isso se Realiza.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Espaço




Viver fora da Terra,
não requer voz
O pensamento,
age como um todo;
- o pensamento,
é temperamento,
é apresentação,
é "um modo de ser".
Para quem não nos vê,
existem os que se incorporam à nós;
- os que, só por sentimento,
nos absorvem,
como nós estamos.
Tudo misturado,
pode ser completado,
porque nos falta,
mas, o que damos,
é exatamente o que recebemos;
- é uma imagem só,
sem os ressentimentos
do Eu
que não compreende -
- Porque viver,
se pode Ser.
clarisse

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Capitulo I - de um livro



Eu, descí à Terra, primeiro que você.
Depois de tua infancia, nos reencontramos em Verona.
Antes da cidade triste medieval, estava o sombrio Egito Antigo.
Uma profunda tristeza, e, ao mesmo tempo que profunda, larga, e, solta, desprezada, esvoaçando ao "léo", sobre o Deserto infindavel, não explicava nada...no entanto, você e eu, precisavamos tanto de explicação...
Você continuava presa ao Egito, eu, precisava ir à India.
Na verdade, tanto você e eu, tínhamos nossas vidas divididas nesses dois países - porque, sua vida tinha sido cortada no Egito, como a minha vida, tinha sido cortada na India.
Alguém compreenderia nossa angústia em "ser necessário viver?"
Muitos atiraram em mim a "Impossibilidade" de me lembrar de uma encarnação ha 150 anos.
Em você, em que o "Fohat" a Energia que não nos deixa tranquilos, enquanto não nos cedemos às Dívidas Invesíveis de outras vidas, te "balançavam como uma pluma ao vento" - transferiu tua Alma de volta à Caverna Escura de um túmulo abandonado. Tua múmia foi levada para um museu.
Enquanto teu corpo amortalhado pedia calma e silencio, os passos de muitos, os que visitavam o Museu, não te deixavam tranquila; e isso, perturbava tua Alma.
Quando não completamos o tempo especificado à nossa Vida na Terra, em nossa última encarnação, nos questionam o tempo todo como saldarmos essa dívida.
Você era inquieta e irritada - eu, havia me reencontrado, estava tranquila e numa missão recebida para provar ao Mundo a verdade da Reencarnação, eu refazia nessa missão, o tempo que me foi abrutamente, retirado... e no entanto, nossos destinos, estavam atados,
como agora, por teres outra vez, decepado parte de tua vida, me ataste para a próxima encarnação, onde exibirás ao mundo, pelo teu forte temperamento e destemor, a Força do
Fohat - e, se eu não estiver na Terra, estarei no Espaço, dando de mim para a compreensão do Fohat, com tua ajuda, essa compreensão à humanidade.
clarisse
FRASE DO DIA
HELENA PETROVNA BLAVATSKY


Fohat é, pois, a personificação do poder elétrico vital, a unidade transcendente que enlaça todas as energias cósmicas, tanto nos planos invisíveis como nos manifestados. Sua ação se parece, numa imensa escala, à de uma Força viva criada pela Vontade, naqueles fenômenos em que o aparentemente subjetivo atua sobre o aparentemente objetivo e o põe em atividade.


Misterios Egipcios - Lucien Lamy
Os epitetos seguintes exprimem as qualidades morais e a condição social do ser. Levam atados a submissão a uma disciplina, mas também um desejoou uma sede de perfeição que pode atuar como estimulo, dotando a vida humana de um objetivo imediato.
Os dois últimos, a magia (a mestria) e a iluminação, representam provavelmente a chamada espiritual suprema do ser, realizavel unicamente através da força e do mérito do carater de cada pessoa, que lhe outorgam esplendor e brilho durante a sua existencia.
Portanto o ka se apresenta como o elemento abstrato que simboliza as "tendencias" de um individuo ou seus "apetites físicos, morais e espirituais, que se não são satisfeitos podem atrair o ba, a alma, para outra reencarnação.
Tendo sempre em conta que as palavras só se aproximam ao verdadeiro significado, podemos dizer que o espirito, o akh, se encarna no corpo, o kha, ao qual a alma, o ba, anima durante toda sua vida, escapando no momento da morte. O ka se mantem ligado em maior ou menor grau à vida terrena até que, por ultimo, insta o ser a renascer em caso necessario.








clarisse

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Corpo Sagrado‏






O Corpo Sagrado‏


O Corpo do deus Osiris, desmembrado, foi reconstituido por sua esposa deusa Isis.
"Corpus Cristi" é uma cerimonia cristã, em que o corpo de Jesus Cristo morto, é adorado até em procissão.
O morto entre os Vivos, e os vivos entre os Mortos.
Essa fusão do plano mortal no plano espiritual e o plano espiritual no mortal, é a mais alta magia de equilibrio entre os estados espirituais do Universo.
Ambos os estados, são espirituais, pois somente o Espirito, zela pelo suspiro que é a respiração daquele que está em prece.
A matéria é pesada, mas nunca deixa de ser controlada pelo Espirito.
A Respiração do humano, é o simbolo desse confronto: inspirar e expirar.
O exercicio da respiração, interfere nas batidas do coração, sístole e diástole.
Quando cessa a respiração, o coração se aquieta; antes que Ele esfrie, o humano está se ambientando num plano que ele habitará e dominará de agora em diante; mas ainda existirá matéria, mais sutil, é verdade, mas é matéria, e o Espirito sempre regendo como Alma da Criação.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O MISTERIO DA IRMANDADE DE CRETA


O MISTERIO DA IRMANDADE DE CRETA





Há muito que vendedores de rua e comerciantes

Achavam o grupo esquisito.

No verão, reuniam-se no apartamento do francês,

O rapaz de olhos azuis, e no inverno, ficavam na

Casa do herdeiro do inglez, casa enfiada numa rua

Estreita, que mal dava passagem para um carro.



Costumavam ficar também nos ancoradouros, em

Silencio, observando os barcos e lanchas saírem e

Voltarem, com turistas ou cargas para venderem

Nas praças.



O estranho do grupo, é que, apesar de jovens,

Tendo apenas uns dois deles, mais idosos, assim de

Uns cinqüenta anos, não freqüentavam as mesas

De calçadas, à noite, para beberem e comerem os

Acepipes dos lugares.



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Com relação ao grupo, havia sempre quem pergun-

Tasse, quem seriam, e para que realmente de vez

Em quando se reuniam, naquele lugar.


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Mas, no apartamento de Jean Pierre, a mesa esta-

Va arrumada para mais uma reunião – canetas e

Papéis sobre a mesa e a espera do contato com o

Ser que os utilizava.

O Ser se apresentava sob aspecto feminino, e dava-

Se sempre o nome de “Aea”.

Há dez anos, freqüentavam Creta, e ainda não tinham

Descoberto o “aspecto” de Aea na Ilha.

Vários aspectos de Aea tinham povoado diversos

Países, como Egito, Grécia, Índia, Tibet, China,

Peru, Brasil.

Os aspectos foram princesas, sacerdotisas, mulheres

Devassas que brincaram com o Tantra, aleijada,

Personalidade de domínio de área, que utilizava

Comando de organização, perdão e vingança.

Cada vez que Aea escolhia um dos rapazes para uma

Obra de Ocultismo,

o membro escolhido atravessava

Um período de grande sorte e prosperidade – e por

Isso faziam o possível para merecerem a escolha de

Aea.

Aea foi revelada por um deles, antigo freqüentador

De Lojas que lidavam com o ocultismo.

Aea era indefinida.

Sua vibração era feminina.

Mas Aea, antiga semi-deusa de Planautos Divinos,

Posição conseguida por seu desempenho na Terra

Em Templos famosos, ainda tinha presa sua líber-

Tacão para se sentar à Direita do Poder Pátreo

Universal, por manchas desgarradas de sua atua-

Cão no Governo Cósmico da Terra.

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A Lua crescente já era avistada por uma das Jane-

Lãs daquela sala, átrio de um Templo imaginado.



Também a avistou, uma turista de trinta e poucos

Anos, feia, desiludida de amores traiçoeiros, re-

Pleta de dor moral, dor física, ânsia espiritual

Para gritar ao Desvendado, que ela descobrira o

Seu Segredo!

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Poder da Mente


Tenho recebido muitas mensagens sobre o "Poder da mente" e como realizar um desejo nosso.
A Lei de Atração, funciona, claro... mas depende muito de "quem atrai", "porque necessita de atrair alguma coisa" e o estado de Alma Pura, este Estado, prevalece sobre tudo.
Jesus, dando as crianças que o rodeavam, como simbolo de pureza, disse:- "Se não fores puros como essas crianças, não entrareis no Reino dos Céus" - isso não quer dizer que as crianças sejam Anjos; ja vi muita criança perversa em relação aos animais... vi uma vez um menino de uns cinco a seis anos, com filhotinhos de cachorro; eu estava passando uns dias numa Estação de Águas - no outro dia, vi o menino com os cachorrinhos esmagados com pedra nas cabeças... A minha mãe dizia que tinha um pecado que ela nunca confessara ao padre: - ela criança, tinha pegado uma ninhada de gatos e esmagado os gatinhos contra a parede... Eu, em criança, nunca tive impulsos cruéis dessa espécie. Tive um irmão perverso, que por mais que eu gritasse e pedisse socorro, minha mãe nunca o educou pela perversidade...A criança é a reencarnação de um adulto que traz com ele as tendencias Boas e Más de suas Vidas Anteriores. Mas, o que quero dizer, isto é, colocar em "análise", é uma frase de Jesus:
- Procurai primeiro o Reino dos Céus, e tudo o mais te será dado como Acréscimo!
Os Deuses, os Anjos, os Santos, os que dedicam toda sua Vida e Espirito à Deus, permanentemente, nunca são negligenciados... Os Sinceros, Puros de Coração, os que têm como única Ambição, o Conhecimento Divino, sua Integração na Divindade, não têm como dizer que não tiveram "Resposta de Deus". "Ele Responde", sim... mas Ele sabe à quem responde...às vezes, ainda estamos em dívida com atos passados que esquecemos de outras encarnações... Não é, às vezes, a última encarnação que prevalece... atrás, ainda podem existir coisas que precisam ser sanadas... "Em verdade vos digo, que dalí não sairás até pagar a última dívida" - Jesus.
Jesus, deve ter uma força de arrastar meio Universo, pois se dirigindo ao Todo, em seu sofrimento na Cruz, disse: - Pai, por que me abandonaste? quando da Sua Todal Entrega à Missão de Resgate da Humanidade...
O Peso dessas Medidas, o Confronto da Entrega de Si com a Crueldade da Humanidade,
são dois Pratos de Balança, que, se admitissemos em nós a Libertação de nossos sofrimentos, nós entrariamos nas Regiões Cristica, Búdica, Hindú, Sufi, Islâmica, Judaica, como Nossa Total Entrega, para a Libertação e o Conforto de nossas necessidades e sofrimentos...
O Poder da Mente, é confrontado com a Verdade em nós, perante à Deus.
clarisse

domingo, 14 de junho de 2009

A Responsabilidade da Humanidade pela Luz






Só a Discrepancia, o Terror, a Crueldade, o Sacrificio, explicam através da Mitologia, a Criação do Mundo.
O Velocino de Ouro, o Cordeiro que salvou dois irmãos e depois foi sacrificado por um deles, para o deus Zeus, e o Cordeiro teve sua pele de ouro levada para uma Ilha e guardada por uma poderosa serpente, serpente esta dominada por uma grande Maga; e o Velocino de Ouro, voltou com os Argonautas, chefiados por Jason, para sua pátria.
E o Cordeiro, ficou como simbolo do Filho do Deus da Criação:
(Carcere de Reading, Oscar Wilde):
Feliz esse que parte o coração e ganha a Paz, e ganha o Amor! Quem de outra
forma, pode libertar-se do pecado escravizador? E onde, a não ser num coação
partido entra Jesus, Nosso Senhor?
E Jesus, como um representante de seu Pai, o Deus Criador, Jesus, Responsavel pelo
Mundo, perante Seu Pai, é uma Mitologia da Nova Raça, que sucedeu à Grega.
Os Gigantes de Um Só Olho na Testa, os primitivos habitantes do Planeta Terra, não nos legaram o Seu Segredo...
Apenas os hindús, com a Visão do Chackra Ajna na Testa, transmitem um aspecto do Poder de Deus.
Esse "Aspecto", com Parte de Si Mesmo, salvaria a Humanidade Terraquea.. Mas, convenhamos, que um Sacrificio desses Gigantes de Um Único Olho, o Olho que realmente "Vê", sossobraria com grande parte da Humanidade.
A Luz Divina que possuem os que habitam o Eter Insondavel e lançam sobre o Planeta um imenso lençol invesivel ainda não é cultuada pela Humanidade. É necessário que A
despertemos, a Luz Divina, em cada Ser Humano, pois então, cada um é responsavel por Sí Mesmo, mas tendo em Si, a responsabilidade da Criação.
A Chamada, tem que ser no proprio Individuo, em confronto com ele mesmo, a tal ponto que o leve a se entregar pelo que ele deslumbra, para rasgar a cortina que eles mesmo
mantêm pela sua inércia em evoluir em conjunto com a Potencia do Mundo.

sábado, 13 de junho de 2009

Flores sem vaso








As flores foram colhidas, mas, não havia vaso para coloca-las.
Ficaram sobre uma mesa de charão, esquecidas, no quarto velho do Lao.
Muitas Luas passaram pela janela vermelha, e muitos sóis também.
O vento do oeste veio fora da estação e danificou o jardim da entrada da casa.
O chinês que colhia jasmins para seca-los e perfumar os potes de chá, morrera.
Podia-se até dizer que a Lua envelhecera.
Podia-se também dizer, que a Paz desliza sobre as coisas velhas, mas não tem como as ressussitar.
A Filosofia, é sempre nova, mas se esquece de anotar nas páginas da alma.
O homem tem poder sobre o Futuro; porque ele compra o Espirito, com dinheiro que não conhece.
E ninguém, ninguém, um dia, abrirá o portão da casa vazia, verá as flores esquecidas, e procurará na casa um vaso para recupera-las, com água fresca do regato do jardim.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O Templo no Tempo




Os Templos impressionam, porque eles são o "antro" dos pedidos, dos desejos, dos resgates, das perdas...
Tudo isso, desejo, resgate, perda, conquistamos e perdemos, às vezes, até em um só dia... O Templo, existe para isso.
Entramos no Templo, falamos com o Templo, Ele, o Templo, ouve... vai responder através da vida, do viver.
Quando do mundo partimos, as emoções, os dramas, as alegrias, são revolvidos num mar levado pelos ventos das Estações Climaticas que despencam das montanhas de nossa Alma, varrem as planicies de nossas conformações, e chegam humildes e amigos aos nossos pés... prometendo esperanças das quais duvidamos sempre.
Enquanto isso, o Templo está fechado para a Noite que não o atormenta, porque não lhe leva nenhum desesperado ou apenas, um que desejava um pouco de paz na sua permanente Sombra de Solidão de antro de Templo.
Te construiram, te elaboraram, e te fizeram para muitos e muitos anos...E os que te frequentaram, morreram, renasceram e até talvez, penetraram em ti, sentindo uma nostalgica lembrança de que algum dia, em ti deixaram parte de sua alma, em lagrimas,
em queixas ou regozijo... sem sentirem que você, Templo, apesar de desgastado, está eterno como os que te frequentavam... porque o teu antro permanecerá como Destino no
Mundo dos Sentimentos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Paulo Coelho - Revista Jornal "O Globo" de Domingo- 7 de junho de 2009


Paulo Coelho - Revista Jornal "O Globo" de Domingo- 7 de junho de 2009

C) A maturação. Existe um tempo em que a obra se escreve sozinha na alma do autor - antes que este se atreva a manifesta-la. No caso da literatura, por exemplo, o livro está
influenciando o escritor, e vice-versa. É a esse momento que o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade se refere, ao dizer que jamais devemos tentar recolher os versos que se perdem, pois eles não mereciam ver a luz do dia. Conheço gente que, durante a maturação, fica compulsivamente tomando notas de tudo que passa pela cabeça, sem respeitar aquilo que está sendo escrito no inconsciente. O resultado é que as notas, frutos da memoria, terminam atrapalhando os frutos da inspiração. O criador precisa respeitar o tempo de gestação, embora saiba que - assim como o agricultor - ele só tem parcial controle do seu campo. Está sujeito a seca ou a inundações. Mas, se souber esperar, a planta mais forte, que resistiu às intempéries, virá à luz com toda sua força.

A Iluminação, é a Veracidade do Trabalho. Seja qual for a missão, o trabalho, sem Luz,
nada resiste ao Tempo. O Tempo, dizem os orientais, não existe, é uma Ilusão. A Luz, sendo a Verdade, é zelada pela Divindade. A Eternidade, da qual não podemos ter ainda uma idéia real, e quando a tivermos, o Eu desaparecerá, porque o homem, enquanto homem, não tem concepção sobre "o que é" a Eternidade. A Eternidade está na Criação,
mas o homem, apesar de "Criado", enquanto homem, não tem como concebe-La. A Iluminação, mostrará outro aspecto, que destruirá muito sofrimento, sofrimento este, fruto
do que é humano.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Limite entre o Céu e a Terra




Limite entre o Céu e a Terra

(Foto de Custodio Coimbra)


Por mim, não ha limite entre o Céu e a Terra.
O Céu está tanto acima da Terra, como abaixo dela; por isso, existem pessoas "esfaceladas".
Aliás, todas as pessoas são "esfaceladas".
Quando aceitamos, concordando com nosso destino ao reencarnarmos, todos os nossos atos são medidos no Céu, enquanto procedemos na Terra.
No antigo Egito, o deus Anubis, com cabeça de cachorro, pesava numa balança, tendo num dos pratos, uma pena de pássaro, que significava Verdade, no outro prato, o coração do morto. O Coração, principal órgão para os egipcios, à medida que o morto desfilava seu comportamento na Terra, o Coração que representava o morto, tinha que pesar exatamente como a Verdade, o mesmo peso da pluma no outro prato da balança: isso, em Verdade, não era na Morte, mas sim, o tempo todo durante a Vida na Terra. Podemos imaginar, que os pratos da Balança, são o Céu e a Terra, e constantemente isso é medido em nós, o tempo todo, e de acordo com a medida, o Destino vai se modificando, para melhor ou para "mais complicado".
A Pluma da Verdade, está ansiosa para estabelecer a Verdade em nós, essa Compreensão magnifica, que nos incorpora em Deus.
Mas, o Coração, responsavel por nós, desafia a Misericordia Divina.
A Verdade, não tem Piedade, nem Misericordia.
Quando Jesus curava um sofredor, ele dizia: "Teus pecados foram perdoados: estás curado!" - nesse Sagrado Momento, os pratos da Balança, oscilavam...
O "Livro dos Mortos" do Antigo Egito, na verdade, é Permanente. Nós não somos julgados após a Morte: nós somos julgados o tempo todo...
O deus Anúbis é responsavel por nós perante Deus; emanação divina, ele próprio, agindo constantemente, pode ter se transformado num dos Arcanjos Católicos - mas seja qual for sua apresentação, nós estamos mortos, mesmo vivos. Seja qual for o Caldeirão do Inferno em que estamos metidos, podemos nos safar dele, uma vez que o caldeirão é material e estamos na "carne", e a Sinceridade do nosso Ser tendo se diluido na Verdade, o Espirito Santo nos mostrará outra feição que fará desaparecer até a Lembrança que poderá perturbar o Bem Estar neste Novo Estado Espiritual.
clarisse

domingo, 7 de junho de 2009

A Fraternidade das Religiões - Annie Besant




A multiplicidade de credos religiosos seria uma vantagem, e não um prejuízo, para Religião, se as religiões fossem uma fraternidade em vez de um campo de batalhas. Pois cada religião tem uma peculiaridade própria, algo de especial que as outras não têm para dar ao mundo. Cada religião pronuncia uma letra do grande Nome de Deus, o Um sem outro, e este Nome só será pronunciado quando todas as religiões emitirem a letra que lhes foi dada para emitir, em melodiosa harmonia junto com o resto. Deus é tão grande, tão ilimitável, que nenhum cérebro humano, por maior que seja, nenhuma religião, por mais perfeita que seja, é capaz de expressar Sua perfeição infinita. É preciso um universo em sua totalidade para espelhá-Lo, ou melhor, universos incontáveis não bastam para esgotá-Lo. Uma estrela pode falar de Sua Radiância, Ele que é o Sol de tudo; um planeta, girando em ritmo constante, pode falar de Sua Ordem. Uma floresta pode sussurrar Sua Beleza; uma montanha, Sua Força; um rio, Sua Vida fertilizadora; um oceano, Sua Mutabilidade imutável; mas nenhum objeto, nenhuma beleza de forma, nenhum esplendor de cor, nem mesmo o coração do homem onde Ele habita, pode expressar as múltiplas perfeições deste Ser de riqueza infinita. Em cada objeto, em cada tipo de vida, se vê apenas um fragmento de Sua Glória, e somente a totalidade das coisas, passadas, presentes e futuras, pode representar, com sua infinitude, a Sua Infinitude.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O Coração




O Coração


É aquele que pulsa, que se contrai, que se expande, o único órgão que abriga a Luz Divina;
- é aquele que sob um forte impacto de emoção, não sustenta a Vida, deixando escapar o ser humano para a morte;
- é claro, que na morte, a Luz Divina que era abrigada no órgão, persiste;
- e persiste, para conduzir o ser humano no novo reino, para que ele não fique desorientado,
- e o Amor Divino não deixa escurecer o caminho para o que ainda não compreendeu o que pode ampara-lo, o que pode auxilia-lo;
- não fosse isso, o ser humano não sobreviveria para compreender sua propria Eternidade.

O Coração é o conjunto de todo o Universo, para o Ser Humano.
A música, a poesia, todas as Artes, são regidas e guiadas pelo Coração. Sem Amor, nenhum Ser Humano sobreviveria: é a palpitação do Coração, com Seu proprio sacrificio,
seu proprio júbilo, que mantém a Vida.
A lágrima, é o sangue do sofrimento, o conforto da tristeza, a explosão da alegria; mas é o coração que a destila.

A chama velada pelas Vestais, nos templos de Roma, na verdade, era toda a Esperança
e tudo o mais que lhe era negado na Vida, pois o templo criado pelos homens não podia substituir todo o Poder do Coração. Era a Misericordia e a Esperança, para aquela subtraida da Humanidade, da Humanidade que jamais poderia recriar a Divindade Completa para tudo o que um Ser Humano precisa para Vencer a Vida e a Morte.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Presença





Quando sentimos os desanimos do mundo,
nós mesmos,
envolvidos com queixas,
uma força que nos arrasta,
como se não fossemos mais
vencer as ondas de um mar bravio,
deixarmos nos arrastar pela água,
se, nesse momento a Presença se fizer
sentir,
é o momento do mundo se esfacelar
diante de nós.
Estendemos a mão suplicante para
a Presença
mas a Presença não se importa
com nossa mão
então, vem a percepção de que tudo
é uma ilusão criada e alimentada
por nossa carencia de Força para
a Presença.
E quando tudo se misturar,
e percebermos que a Presença
aniquila tudo ou que ela, a
Presença,
não cria, não salva, mas nos dando
todo o poder de nos transformarmos,
somos olhos, apenas olhos que vemos
o que não existe.
clarisse

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Espirito na Terra





As vezes, andamos um bocado de tempo pela Terra. Nossa cabeça, porém está entre as mãos dos encarregados dos Espiritos que deixaram seu corpo com a morte. Os Mestres de Cima, permanecem com nossa "cabeça" entre as mãos, para com isso, terem o controle do nosso Espirito - porque a situação agora, é puramente Espiritual. E porque descemos à Terra?
- Para fiscalizarmos se todas as redes protetoras estão com seus fios intactos e não ha furos nem uma só danificação.
E assim, nossa piedade e nosso amor, em nossa passagem, vão harmonizando as situações em conflito, no que nos é possivel para os que estão vivos na Terra.
.........................................
E também, na Terra, podemos estar ao mesmo tempo, no Reino Espiritual; para isso, podemos colocar nossas cabeças nos templos que existem no Espaço; desta forma, nossa corpo caminha, mantem sua subsistencia, mas a cabeça é responsavel pela Espiritualidade e o Reino Espiritual reina e ordena na Terra.
Em todos os nossos atos, primeiro interrogaremos o Espirito; após, Sua resposta, feremos o que pudermos em concordancia com Ele.
Após nossa missão cumprida, no Reino Espiritual, nos dirigimos aos seus templos e pedimos nossa cabeça: mas, ao ve-la tão bem tratada e o que de felicidade esse periodo dela no templo nos trouxe, a recolocamos ali outra vez, porque na verdade nos acostumamos a ser somente com a designação do Espirito e todas as descobertas que Ele vai desvendando para nós.
clarisse

terça-feira, 2 de junho de 2009

Bagavad Gita - versiculo 5


Bagavad Gita - versiculo 5


versiculo 5:
Que um homem se erga pelo seu Eu, que ele nunca se abaixe; porque só ele é amigo de si mesmo e só ele é inimigo de si mesmo.

De Clarisse:
A compreensão do Eu, desvenda todos os segredos da Existencia. A medida que desvendamos o Existir, nos transformamos, adquirindo e perdendo o que devemos adquirir e perder, que não é compreendido pela mente dos homens.
A Transformação, ação do Espirito Santo, transforma a mente humana em mente Divina - e assim mesmo, uma etapa se fecha e outra se abre e o Ser é Outro, e Outro, até o Infinito, onde não ha mente humana capaz de captar, pois tanto o ambiente é outro como a captação é outra, também; o Espirito não pode se furtar ao Chamado. O Chamado é a voz que clama no Universo para que ela, o Chamado possa subsistir a Si mesmo.
Aguardemos a Transformação em Nós, nos entreguemos à Ela, pois nos transformando,
nos apossamos pouco a pouco de Deus que subsiste em nós.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dançando para os homens




Dançando para os homens



Enquanto danço, imagino os homens com seu apoio em meu flutuante feminino de fraquezas que não se ajustam, se arpoando pelas bordas, em todo muro que a Vida pode oferecer.
O masculino do homem é quadrado, tem quatro lados de segurança, como o terraço de uma fortaleza;
- sua segurança, é um leito que sustenta por baixo, os membros enfraquecidos, que se deixam tombar, laxos, das mulheres quando tentam se apoiar em si mesmas.
Suspirar pelo homem, é um respirar correto, porque ele, o homem, responderá, trazendo seu suspiro reacondicionado no apoio dele mesmo.
A fragilidade da mulher, é a imaginação da Vida, armada sobre o esqueleto do homem.
A resposta da masculinidade é o leito do Universo bipolar, para manter erguida a Existencia.
Dançar para o homem, é uma oferta da Vida, à sua promessa de apoio para poder, corretamente, existir.