terça-feira, 31 de julho de 2007

UMA VIA QUE NÃO PUDE PERCORRER

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Fazem vinte e dois anos.
Um alemão de origem grega, fora expulso do meu país,
pelo crime de receptação de objetos sem origem
identificada.
E ele e a mulher, foram para a Alemanha.

Em Frankfurt, minha amiga Betty e eu resolvemos fazer-lhes
uma visita.
No adorável Bairro que tem ruas com nomes de autores
clássicos da Música, encontramos sua casa. Era no
primeiro andar de um edificio sem elevador.

Subimos grande escadaria de madeira e fomos muito bem
recebidas pela mulher dele, uma vez que, abrindo uma
loja de antiguidades, ele fora assaltado com violenta
pancada na cabeça, que lhe atingira o cérebro - estava
quase inutilizado, mal conseguindo se mexer numa cadeira
de rodas.

É interessante assinalar aqui o recurso que as familias
de classe média européia arranjaram para ter suas casas
atapetadas com tapetes orientais: compram pequenos tapetes quando lhes sobre um dinheirinho por mes. E os
tapetinhos vão aos poucos cobrindo suas salas, ficando
com a extensão dos grandes. Estava assim a casa deles,
mais... os lindíssimos objetos que ficaram da loja fechada.
Muitos relógicos ladeados por estátuas de pássaros em
louça, era o que mais se via. Mas, de repente, eu, admiradora da Russia Imperial, tive nas mãos a cigarreira
de ouro de Nicolau II, com suas iniciais em brilhante,
colocada pela nossa amiga moradora na Alemanha.
Segurei aquela cigarreira com o maior amor e carinho.
Desejei ficar com ela um pouquinho, para tendo-a entre as
mãos, navegar sensitivamente pelas vias dos sentimentos
de Nicolau II - a minha sensibilidade permitiria isso, mas
não me sentí a vontade, temendo que o tempo que retivesse
o objeto, poderia levantar suspeitas de que estaria ensaiando
rete-lo para mim...
E foi uma via maravilhosa, lindissima, que deixei de percorrer
entre o Céu e a Terra...
A CASA

A casa é um segundo mundo.
Nos acostumamos a andar por seus compartimentos,
E esquecemos que fazemos parte dela.
Os "maçons" me entregaram as chaves:
Está pronta.
É uma casinha no meu jardim. É pequena, para hóspedes ocasionais – mas fi-la completa: quarto,
Sala, cozinha, banheiro e... até tanque para lavar
Roupa!
Guardamos o que sobrou da obra: carrinho de
Mão, rolo de pintura, outros apetrechos foram
Empurrados numa casa grande de cachorro –
Que o cachorro nunca apreciou – e hoje, é abrigo
De tres jabutís –
Eu retardava a partida dos "maçons" – ia sentir
Falta deles!
Da varanda, vi a chuva ao longe cobrindo os cimos
Das montanhas que rodeiam a "bacia" da Vargem
Grande – eu via da varanda da casa onde moro –
A casa primitiva – a Velha Morada.
A casa nova ficou rosa e janelas e portas pintadas
Em "azulão" – ficou uma graça – mas bem feminina-
Na. No entanto, o portão que dá para a casa onde
Resido, foi feito artesanalmente com tábuas claras
E escuras – tão belo, tão artesanal que não deixei
Que fosse pintado – fica assim, em pleno contraste
Com o quadro da nova obra.
E então o vento empurrou o portão lateral da minha
Casa de morada – e aquele ranger da madeira antiga
Foi como voz conhecida e identificada que fazia parte
De minha vida e eu nunca tinha reparado...

domingo, 29 de julho de 2007

OS ANJOS FORAM CRIADOS PARA AS MULHERES

As infelizes virgens, chorosas em sua volúpia afrontada,
devoravam com seus olhos secos de sofrimento, os Anjos
magnificos - vestidos de branco e com suas asas eróti-
cas abertas em berços côncavos, que aqueceriam os
corpos ressequidos, nos quais nenhum carinho jamais]
deslizara sua mão...

As virgens sonhavam ser santas para serem carrega-
das pelos anjos - e na caminhada através do Céu,
imaginavam seduzir seu condutor e rolar com seu
corpo preso entre as pernas, para um Inferno de
ternura sonhada.

A entrada nas Igrejas, era o lugar sagrado para a cópu-
la secreta - ao som da música abafada do órgão, cor-
ria o líquido vaginal pelas coxas das eleitas, ajoelha-
das para o altar, e a imaginação deitada sob as plumas
brancas com odor sensual de pombas arrulhantes de prazer.

sábado, 28 de julho de 2007

UM PONTO A PONDERAR

O "Ponto a Ponderar"poderá ser: existem tres casas numa praça em

Gelenhaus– todas as tres trazem em sua fachada, uma sentença.

Com o tempo, esqueci uma delas, mas, a que mais me sensibilizou,

Foi: "Memorize um momento em que fostes feliz. Refugia-te nele

Nas atribulações da vida".

Gelenhaus fica a 30 quilometros de Frankfurt, Alemanha.

É uma montanha ainda com construções romanas (Em Frankfurt

numa floresta – existe um castelo romano construido para re-
pouso dos soldados do Imperador Ariano) .


Em Gelenhaus estão as ruinas do Castelo de Frederico Barba Ruiva.

Um rei ou imperador, não me lembro, alemão.

É subindo as montanhas que vamos sentindo um "estado de liberda-

De". Almocei numa casa de mais de mil anos – numa daquelas mesas

De madeira grossa, de estalagem: D. Beth e eu – uma alemã que foi

Minha amiga e minha segunda mãe.

No ar frio da mais que milenar Gelenhaus, bebi vinho branco – e

Olhei em volta, experimentando um sentimento de plenitude – por-

Que até o ar que me circundava me libertava de todas as coisas

Aborrecidas de um cotidiano.

Era a Montanha.

E eu no Brasil, moro num vale.

Tirei uma foto, em cima de um tumulu arqueológico com uma

Cruz Celta. Apesar de arqueológico, hoje, o tumulo está fazendo parte

Do terreno de uma casa.

NA CHINA, ALGUMAS AVES NÃO VOLTAM

Ele estava esquecido na casa grande e sombria.

No quarto dele, de Li Po (Afonso Lyrio), um quarto
estreito e alto, com uma cama, uma comoda e um
armario, eu perguntei, olhando um Buda de porce-
lana japonês:
- Vovô, o que é o Buda?
- É um Espirito, um grande Espirito.

O que mais aquele chines esquecido de todos, poderia
responder à neta de sete anos, criada no Catolicismo?

Da China, ele não tinha nada.
Somente um pequeno Buda japonês.
Nunca lhe deram oportunidade de ter em seu quarto
um altar budista - ele, que era budista chan.

A única coisa naquela casa sombria, em que a China
nunca era lembrada, era um jornal velho, escrito em
chinês, que Afonso Lyrio lia toda a noite após o jantar,
em voz alta - para não esquecer a língua nem a escrita.

Após a morte dele aos sessenta e poucos anos, minha
avó casou outra vez com um antigo parente, desta vez
espanhol.
Foi então que eu soube que havia outra coisa ali, na casa
sombria: ela me deu um quadrinho com um bordado
chinês, protegido por vidro.
- Leva! Foi bordado por suas tias-avós, as irmãs do seu
avô, quando ele deixou a China.
O bordado era um lago com vários patos voltando do
céu e aterrissando às suas margens - uns - outros,
ainda mergulhando do espasso para as águas calmas
entre árvores e flores.

Um dia, também, a avó morreu.
Meu amigo Rogel e eu, fomos lá, e apanhamos alguns
objetos, deixando para trás o velho espanhol, que se
levantaria após nossa partida e fecharia com estron-
do de ferro antigo, o velho portão daquela casa sombria.

sexta-feira, 27 de julho de 2007


SEM MÚSICA

[16 DE AGOSTO]

Era como se eu estivesse entrando numa zona espacial

Que às vezes atravessamos em nossos sonhos:

eu estava assim, à entrada de Pompéia.

Já visitara Herculano, que achara belíssima, mesmo

Mais artística do que Pompeia, mas a minha hospeda-

Gem estava num hotel em Sorrento, que me dava um aces-

So mais perto de Pompéia.

Goethe, deixara escrito que é belíssimo ver Pompeia ao

Luar, mas as disposiçòes da lei na Italia, fechavam as

Visitas, ao entardecer.

É um cemitério vivo de uma cidade morta.

E por ser uma cidade, sentimos essa outra espécie de

Vida, a que vive ainda sua vida, porque não foram so-

Mente os corpos que desapareceram – mas o fantasma

Da Vida em Pompeia existe, sem a ação dos corpos.

Penetrei numa das casas vazias:

o silencio nela era o mesmo com suas paredes

que eram somente paredes, sem um adorno, e no centro

da grande casa sentia-se o impossivel do que existe em

nossa vida: o silencio, porque a música que é o adorno

do sonho, já existiu em Pompeia.

Clarisse

quinta-feira, 26 de julho de 2007



OS VENTOS DESCEM DAS MONTANHAS PARA AS ESTRADAS

SHAMBALLA - realmente ela existe, num país inteiramente dedicado ao espiritualismo.
Espiritualismo - não é a palavra exata para esse país.
O Tibet mergulhou o Anti-Mundo no Mundo da Transição.
Misticismo - não existe no Tibet.
O Tibet é objetivo e realista na sua constituição do Espirito.
É UM PAIS - com toda sua peculiaridade dentro do País
do Bardo.
E essa mesma peculiaridade, o Tibet manteve no mundo Terra.

Não é que em Shamballa todos sejam "santos". La exis-
tem os feiticeiros que manejam suas magias para con-
seguirem seus amuletos e zonas de proteção egoista.

Mas o Tibet é a materialização de um País do Bardo -
algum que muitos de nós desejaríamos habitar - porque
também é necessário saber-se habitar no Bardo...

Até agora, por não haver muito progresso material, o
Tibet era esse País Visão dentro da vida terrestre.

Contemplemos de mãos juntas, esse lugar maravilhoso,
que o Vento varre como se de um momento para outro,
o Vento desfizesse a Visão desse mundo materializado
pelos Devas do Budismo Tantrico.

quarta-feira, 25 de julho de 2007



OS SONS MISTERIOSOS DA CACHOEIRA

Não era uma grande cachoeira.

O ruido de suas águas se espalhando do alto sobre
a superfície fingidamente de espelho d'água, gerava
um som permanente, constante, de mil coisas ao
mesmo tempo.

Podia-se perceber murmúrios misturados aos sons
que a voz humana jamais poderia imitar.

Aquele som constante alí, na pequena clareira, dia e
noite, sem parar, transformava esse pedaço de mata
numa abóboda de mistérios iniciáticos dentro de um
Templo de Magia.


Perguntava-se e respondia-se aos sons misteriosos
- que, só em observar, não eram sempre os mesmos -
mas de miríades de acontecimentos tão numerosos
quanto os do firmamento na sua troca troca de ele-
mentos siderais.

terça-feira, 24 de julho de 2007


OS COCHES E OS GATOS

O que é hoje o Museu Histórico, antes foi uma fábrica
de artefatos de guerra.

A construção é rústica e agradável de se habitar nela.
Baseada quase toda em pedra de cantaria, tem o chão
das antigas oficinas em lages e hoje os salões que abri-
gam as recordações historicas do tempo do Império, é
assoalhado em madeira.

Mas é da sua parte de pedra, que quero discorrer.

Por uns tempos, o Centro de Arqueologia Brasileiro,
alí se reuniu para as palestras, reuniões e aulas.
Como eu pertencia àquele Centro, certa noite fui lá.
Comecei a caminhar pelas galerias de pedra, desnor-
teada, pois não sabia onde estava a que nos fora desig-
nada.
Foi aí que levei um terrivel susto.
Já estava amedrontada, pois corria entre os componentes
do Centro, que o prédio do Museu, era assombrado.
Ademais, me guiava por pontos de luz, pois as gale-
rias não tinham luz ligada - aquela parte estava em obras,
assim como a imensa galeria dos coches imperiais.
Tateando nos Coches, eu me guiava para sair dalí.
Estava tão amedrontada, que imaginava que um louco
ou tarado fosse me agarrar.
E não era para menos... assustados comigo, os ga-
tos que estavam dormindo e morando nos Coches, gri-
taram e correram espavoridos - como fazem os gatos quan-
do estão dispostos a gritar.
- Fiquem quietos, não vou fazer mall à ninguém...
Amo voces!
E ao mesmo tempo, eu estava assombrada era como dei-
xavam animais de unhas afiadas, dormirem sobre os
acolchoamentos de seda e centenários, das carruagens
imperiais.
Enfim, numa belíssima sala de pedra, colonial,
achei a "minha turma".

É uma belíssima jóia, a confecção da pedra rústica
e pesada, as salas que abrigam passos, a filigrana que
confecciona o barroco dourado das carruagens, e o grito
felino daqueles que na época não eram ainda os animais
que haveriam de adornar as alfombras dos palácios.

sábado, 21 de julho de 2007

O Cortador de Papéis


Batisaram-no com o nome de
Fernando
Mas, seu nome cabalistico da
Ordem dos Magos,
era
Nardo
O homem não fazia mais parte
da Vida
O Horizonte do Globo da Luz dos
Deuses,
Era o Habitat de seu Espirito
Respirava para manter uma Alma
que se comunicava
com o mundo.
Uma tarde, seu amigo Gustavo
entrou em seu gabinete e vendo
um cortador de papéis de prata
com o Leão de Veneza
no cabo,
levou-o, ocultando-o nos largos
bolsos de seu casaco preto.
Quando a primeira Lua Cheia
iluminou as praças solitárias dos
bairros de Laranjeiras
encontraram o corpo de um homem
com largo casaco preto
e no peito de sua camisa,
uma mancha de sangue
em forma de Flor de Lis

quarta-feira, 18 de julho de 2007


Sensualidade Hermetica


Eu gostava do ritmo dos tambores...
Agora, só me dão esperança, as batidas do coração.
Uma cornucopia com a boca vindo do Espaço, se abre
sobre a Terra, como o fim da espiral dos Tufões

Aspirada por miriades de Forças,
tantas, que se embaralham
em micros e gigantescas -
muitas atuantes, e,
frangalhos de impossiveis de classificar

Aos confins do Espaço,
as diretrizes com seguimentos enganadores
não me deixavam encontrar a rota para Osmar,
para Sidney,
para Menfishop

Não adiantava apelar para Helena Blavatsky,
era impossivel encontra-la

Os Mestres do Himalaya
me pareciam rota segura,
mas, antes, eu queria me despedir...

A Senualidade do Hermetismo,
do Ocultismo,
que tem a Sensualidade como encantamento
que faz vibrar as aspirações mais profundas
do homem
e que estando em sua Alma,
que é corpo do Espirito
faz-nos subir pela cornucopia,
vendaval de nossos instintos,
em busca dos ares do Infinito
que nos abrigarão para a Revelaçao de Deus

segunda-feira, 16 de julho de 2007


O VARAL DE ROUPAS

Eu ainda era uma mulher jovem.
Descia num elevador, quando ouvi a conversa de dois
homens:
- Ah! Eu acho lindo aquele varal de roupas, sustentado
por um bambú, nos quintais das casas!

Uma frase tão simples, que em si não englobava filosofia
que trouxesse apoio ao cotidiano da vida... no entanto,
me acompanhou esse tempo todo, nas horas alegres e
tristes.
Não eram os ditos tradicionais bíblicos, védicos, hindús,
gregos, budistas... era apenas a imaginação do que a
vida nos trazendo acontecimentos dos quais às vezes
suspeitamos que fosse um punhado de flores com uma
faca traiçoeira dentro, me fazia vislumbrar um varal
de roupas coloridas, num quintal amigo, que o vento
movimentava em uma situação que nada era, nada di-
zia... mas descansava minha mente.

Quem sabe, fazia parte do meu eu psíquico, as bandeirolas
coloridas de pano ou papel, que em varais intermináveis
oscilavam aos ventos do Himalaya?

Também podia reviver a cena de uma mãe chorosa pela
morte da filha mais velha, retirando de grande tacho de
cobre, roupas coloridas, que pendurava num varal tris-
te como o prolongamento de uma veia de sangue, ao
vento c restante do sul da India!

Um varal de roupa lavada, cuidadosamente enxaguada
de sabão perfumado, é a única verdade da nossa vida
composta de ilusões e desenganos - porque somente
num pano desses, seco ao vento, voce pode mergulhar
seu rosto com total confiança e despreendimento, e
chorar - seu verdadeiro choro de consolo por toda uma
existencia sem aquela resposta que voce mais desejara!

quinta-feira, 12 de julho de 2007


A BONECA VENEZIANA


Ha muito que a casa do Comendador estava vazia.
Da familia que ali ficara residindo para olhar por
ela, só restava o casal, ja idoso, os pais
solitarios, dos filhos que se espalharam pela
Italia.

Veneza bela e saudosa,
suspirava por seus filhos, seus habitantes,
aqueles a quem os gondoleiros iam e vinham
buscar em suas gondolas.

No entanto,
Veneza não estava morta; numa sala da casa de
quatro andares, estava Ignês, a boneca.
Ignez era bela e pesada: sua roupa de azul
desbotado, seda manchada, rendas escurecidas
pelo mofo, fitas amarronzadas pela maresia
invisivel, Ignez, que era do tamanho de uma
menina de quatro anos, tinha cabelos de seda
dourada e olhos do vidro azul mais precioso de
Murano.

Seus labios entreabertos, deixando ver pequenos
dentes em marfim, sorriam constantemente para
a visita do Principe que morrera em duelo na
praça de São Marcos.
O principe não encontrara Céu nem Terra, com
seu espirito que vagava sem perdão nem recolhi-
mento, sem ter do que chorar nem se lamentar,
mas encontrara Ignêz para quem sorria, apro-
veitando-se dela para ter companhia quando
orasse nas badaladas do sino das seis horas
na Catedral... as Aves Marias.
clarisse

quarta-feira, 11 de julho de 2007


Acordes

Os acordes musicais nas teclas do piano, sobrepõem
trechos inteiros da musica.
As teclas dedilhadas na sua composição musical,
cantam no plano atmosferico entre o Céu e a Terra;
- mas, os acordes captam blocos entre o Cosmos.

Uma caixa de repercursão sonora, sobre um certo
palco no Universo, mantém a melodia esculpida em
acordes, que reboa no Cosmos Infinito, enquanto eu,
que pareço Finito, me entrego, me perco, me encontro,
somente sou música.

terça-feira, 10 de julho de 2007



Bastava o bambu para nossa vida dependente da nature-
za ser pura arte.
Com fiapos de bambus, os chineses tecem os mais belos
objetos.
Eles são dourados no beiral dos pagodes orientais.
As folhas alongadas dos bambus são belas quando pin-
tadas em ouro sobre o charão de várias cores.

O Bambu é tão delicado que parece nos ser presenteado
pelas delicadas mãos dos deuses -
e ao mesmo tempo resistente e esteio de tantas vidas.

Na China existem técnicas especiais para se pintar
bambu.

BAMBU

O seu próprio nome em português, é uma poesia
Pequeno, e com todas as sonoridades
de sonho

segunda-feira, 9 de julho de 2007


BAMBUS



O próprio bambu é como um cálamo ou um pincel
verde para imprimirmos o poema que ja vem delineado
pela moita magnífica, que é uma touceira grande de
bambu.

É uma planta asiática e tropical, que tem várias aparen-
cias: com o bambu gigante, faz-se telhados e calhas
para a água
ha um bambu miudo, de touceiras delicadas, e
o bambu japonês que enfeita os buquês
de flores

Maria Eugenia Seize, minha amiga, que viveu tres anos
no Japão, me informou que o nome do bambu em japo-
nês é takê e em chinês, chiku, pronunciando-se a gra-
fia "chi", como ti. Também, tendo ela visitado o
Vietnam, me relatou que lá, conseguiram transformar a
forma arredondada do bambu para plana, em várias
serventias.
Tanabata - é uma lenda japonesa, também relatada por
minha amiga, em que um principe e uma tecelã apaixo-
nados, tiveram suas vidas separadas pelas familias,
devido a diferença de classes sociais. Então, no dia
7 de julho, as duas estrelas que representam os
amantes, têm o seu encontro quando a alma deles cami-
nhando sobre a Via Lactea, torna possivel a sua união.
Por isso, os namorados escrevem seus nomes em papéis
que peduram nos bambus para lhes trazer sorte.

Aliás, o bambu - nome proveniente do malaio, tem lenda
no Brasil de que traz sorte e prosperidade.

Na China, seguindo a tradição de uma escola para pintar
bambus, essa maravilhosa planta é pintada em telas de
papel de arroz, e sobre seda e charão, e na porcelana.


Como a lenda de Tanabata, não posso ficar longe do
bambu por muito tempo... Sem que me de conta, quando
o reencontro num sítio que visito longe do meu
cotidiano, a surpresa me traz:
- Como pude ficar tanto tempo sem te ver...

domingo, 8 de julho de 2007


Cavaleiro da luz

Noite Fechada
E o Cavaleiro da Luz
Invadindo as Trevas
Rasgando a Escuridão Tombada
do Resto do Universo

Inclinado sobre seu cavalo negro,
ele corre em direção à Luz

Luzes da Vida,
como o Luar
e a Luz do Sol que deslumbrará
amanhã
não distraem o Cavaleiro da Luz
que persegue a unica Luz que atravessa
todas as travessias da Vida...

sábado, 7 de julho de 2007


SOLIDÃO


A Solidão
é um pouco de mim
Muito,
seria perigoso

Muita Solidão,
seria cegueira
Que sei do mundo,
que não posso ir além de mim mesma?

Por quanto tempo
estarás comigo?
A Eternidade
poderá ser feita para dois?

O Sábio,
O Iluminado,
Estes, não disseram se estavam
realmente sós
Dante, em cada curva do Cosmos,
via Beatriz

Por que lamento eu
a falta de tua presença?
Diante da Emanação do Mestre
consigo fazer-te ao meu lado
A misteriosa união de Adam e Eva
Quanto tempo levará
Para revelar o misterio
da Solidão do Homem
ou seu compartilhamento
na Divindade?

terça-feira, 3 de julho de 2007


ESCOLHA


O vento glacial do Himalaya,
corre por entre os montes nevados

A alma de Nadija está diante dos mestres
que escolheram viver nas Altas Montanhas.
A alma de Nadija treme de frio,
pois ela ainda está em seu corpo
na Terra

A alma da Bayadera de Murunga
estende sua mão de mendiga
ao Mestre dos Mestres
e suplica:

- Senhor, acredita que se eu me deitar
com ele,
não estou te perdendo
em tudo que minha alma ganhou
na Terra?

O vento gelado sopra mais forte...
no entanto, Nadija não teme -
ela tem muito calor em seu corpo
para salvar o amante que rolou
por Mundos Sombrios ao te-la
vitimado por ciumes

O Mestre,
ou a escolha
do amante que a fez descobrir
a Copula Coluna do Universo
para o
Templo Amor Eterno
ainda no
Pavilhão da Divindade Oculta?

Região das Fadas


Na teia transcedental, existe um fio colorido - pode ser azul,
conforme a vibração.
No Oceano transcedental que nos envolve, nadamos nos
esquivando dos reflexos de nossa personalidade
terrestre.

Ao encontrarmos o Fio da Teia, o contato é sutilíssimo,
pois ele é dificil de ser mantido pela Alma,
a Alma já se transpõe para o Espirito, afim de
sustentar o Fio.

O tempo que envolve esse encontro nos mantem em uma
região que nos proporciona um ambiente do qual não
queremos mais sair - mas somos obrigados a faze-lo por
nossa encarnação terrestre - pois, quanto mais o mantivermos,
mais Genio ou Fada somos.

segunda-feira, 2 de julho de 2007


NA HISTÓRICA CHINA

O vaso de cerâmica, era antigo na casa:
passara de geração a geração.

Uns o trataram bem, outros, foram maus para com ele.

Teve ocasião em que ele ficou esquecido, por ser es-
curo e de cerâmica.
Foi numa época, em que até a casa foi esquecida.
Quando resolveram habitá-la outra vez, notaram que
precisava de obras e reformas.
A criada Azalea encontrou-o misturado a objetos que-
brados. Azalea gostou dele, logo que o viu. Era de bom
tamanho, a cerâmica de boa qualidade, tão boa, que
preservava sua umidade, garantindo assim um chá
com gosto concentrado.

Azalea lavou-o muito bem e desde o primeiro chá, fi-
cou famoso por fazer chás com sabor concentrado.

Quando se acrescentou o perfume do jasmim, então
foi um sucesso!

O pote enchia quatro bules de louça, e o chá era servido
sob a cerejeira, no jardim do Luar Encantado.

Os pássaros engaiolados, cantavam nas suas belas
gaiolas, sob o teto em beiral, do estilo pagode, do pavi-
lhão morada de Jade Vermelho.

Com a vinda da revolução, a familia se dividiu para ou-
tras regiões longe de Pequim, e novamente a casa fi-
cou só, invadida por andorinhas e rãs.

Azalea, enrolou o pote em panos seus, e carregando uma
trouxa com seus pertences, ficou na estrada a espera de
alguma carroça que quizesse levá-la para algum lugar.
Veio o carro do "Homem do Aluminino", o que levava pa-
nelas e colheres para os vendedores de comida de rua.

Azalea, seguiu sentada em meio aos artefatos de cozi-
nha, com seu pote querido no regaço.

E foi tudo além, porque ela casou com o filho do Homem
do Alumínio, e a familia daquele homem ficou famosa
na redondeza por seu saboroso chá.

E os pequenos deuses, estenderam mais um toldo de
seda sobre mais uma etapa de um destino sobre a Terra.