quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Paleolitico


Paleolitico

A Arte mais estupenda na minha opinião, são os desenhos de cavernas feitos pelo homem paleolitico.
Os cavalos, têm sombras que destacam seus membros, pescoço, a crina. Que a arte de um pintor do medieval para mais próximo à época do momento, destaque o artista como excepcional, não tem comparação com o pintor paleolitico. O movimento dos músculos,
a claridade sobre o desenho, em certos lugares da imagem e a sombra, denunciam um ser de espirito que se revelará mais tarde como um grande pintor.
As mãos, por incrivel que pareça, têm dedos delicados, no que imaginamos grandes e grosseiros em mãos acostumadas à pior carga de trabalho para manutenção. Na época dessa criatura, tudo era força e brutalidade... de onde virá então, a maravilhosa pintura acompanhada de escultura, pelas asperezas da rocha?
Visitei grutas no Brasil, que não tinham os desenhos das grutas de França e Espanha.
O paleolitico europeu, tinha magia. Nas figuras, sem a nossa proximidade, somente em
ve-las e imagina-las em seu recesso rochoso, na escuridão, às vezes o acesso fechado pelo mar que até o invade, e esse recesso iluminado pela luz do fogo de alguma tocha,
deixa perceber que o começo da Vida na Terra, tinha uma energia transcedental, que, por alguma razão, deslizava pela superficie do planeta. Essa energia primaria, a civilização, destruiu, mas, penso, em algum lugar do mundo, essa energia primaria ainda existe.
Na exploração das grutas de Lagoa Santa, me atrazei no acompanhamento dos colegas que as visitavam - e no entanto, eu ouvia as vozes deles, mas, eles não ouviam os meus
gritos de socorro... e por que me atrazei? Porque passava a mão nas pedras para sentir o que tinha havido ali em outras eras...
De repente, um homem negro enorme, me apareceu. Fiquei apavorada.... estava a mercê dele... Ele gentilmente, me fez sinal para o acompanhar. Fui o seguindo e notei que estava subindo para o topo da gruta. De repente, ele parou: ele deu um salto sobre uma
brecha abismal e foi parar no outro lado. Agachou-se, me estendeu as mãos e disse:
- Salte você com as mãos estendidas! Eu te pegarei aqui!
Até hoje, não sei porque, me agachei, estendi as mãos e saltei em direção à ele!
Ele me pegou no ar!
Me pegou e desapareceu... Em pé, na outra margem, saí por uma brecha e vi a excursão toda sentada, conversando, e não tinham dado pela minha falta!
Enquanto estava aterrorizada procurando o caminho perdido, o toco de vela que eu segurava, queimando-se ja no fim, minha cabeça bateu na ponta de uma estalatite e quando botei os dedos sobre o lugar que doia, senti o sangue que brotava do talho.
E por isso, quando ainda trêmula, me sentei no chão abaixo dos colegas, soube depois, pelo proprio professor:
- Nós estavamos rindo, porque sua cabeça estava toda suja de sangue...
Para me pentear, eu segurava o couro da cabeça para outra colega desembaraçar o cabelo... ali não tinha socorro medico, não tinha nada...
Hoje, não sei...
clarisse

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