quarta-feira, 27 de março de 2013

WAGNER

Desde criança, admiro Wagner.
Um dia, ouvi o Preludio de Vida e Morte de Tristan e Isolda
e a ascenção da melodia e seus recuos ate a Apoteose Esplendorosa, que

abala a Alma Desconhecida do Universo...
Porque, na Alma Desconhecida, eu sempre desejei reencontrar a
minha Identidade identificada com a Deiedade Divina no designado
pelo Positivo da Relação com o Criado pelos deuses...
O que devo ainda que não devolvi aos deuses?
Minha Vida é um Esforço Espiritual para devolver à Criação
o que Devo e ainda não compreendi o que Devo...
Richard Wagner assimilou o desempenho do Universo
e eu ainda não compreendi o que devo de mim Sagrado...
clarisse


terça-feira, 26 de março de 2013

O CORVO

O CORVO
E. A. POE

TRAD. FERNANDO PESSOA

O CORVO



Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
      É só isto, e nada mais." 

 
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu’ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P’ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais —
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
   Mas sem nome aqui jamais! 

 
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo:
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
    É só isto, e nada mais." 

 
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, de certo me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo
Tão levemente, batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
  Noite, noite e nada mais.

 
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais —
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse os meus ais,
        Isto só e nada mais.

 
Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.
Meu coração se distraia pesquisando estes sinais.
       É o vento, e nada mais."

 
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um Corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nenhum momento,
Mas com ar sereno e lento pousou sobre os meus umbrais,
  Foi, pousou, e nada mais.

 
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho Corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
 Disse o Corvo, "Nunca mais".

 
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
        Com o nome "Nunca mais".

 
Mas o Corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento,
Perdido murmurei lento. "Amigos, sonhos — mortais
Todos — todos já se foram. Amanhã também te vais."
   Disse o Corvo, "Nunca mais". 

 
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas suas vozes usuais.
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entorno da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp’rança de seu canto cheio de ais
   Era este "Nunca mais".

 
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu’ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
 Com aquele "Nunca mais".

 
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais,
 Reclinar-se-á nunca mais!

 
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
  Disse o Corvo, "nunca mais".

 
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! —
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, e esta noite e este segredo
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!"
     Disse o Corvo, "Nunca mais".


"Profeta", disse eu, "profeta — ou demônio ou ave preta! —
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais,
Dize a esta alma entristecida, se no Éden de outra vida,
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
     Disse o Corvo, "Nunca mais".


"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo", eu disse. "Parte!
Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
        Disse o Corvo, "Nunca mais".


E o Corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda,
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha dor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais.
E a minh’alma dessa sombra que no chão há de mais e mais,
     Libertar-se-á... nunca mais!



trad. Fernando Pessoa - 1924

O AMOR NA TERRA

O Amor no Planeta Terra, tem o Poder concedido por Deus de cobrir todos
os obstáculos que produzem lágrimas de tristeza nos amantes...
Só a Saudade, que chora a ausencia tem permissão Divina para gritar
para o Céu o seu Sofrimento.
A Saudade é Finita... ninguém tem poder de Velar pela Saudade, como um
túmulo na Existencia Terrena...
A Vida é tão surpreendente em tudo, que acabamos misturar as lembranças
dos Mortos com a Vida dos Vivos... porque a Estrada entre o Céu e a
Terra é Invisivel mas existe na Vida Invisivel da Alma que nos acompanha
durante nossa Existencia no Planeta Terra.
clarisse
 
 
 

SENSIBILIDADE

A Sensibilidade tem vários aspectos.
Conforme a Natureza da criatura, a Sensibilidade age de acordo com a
evolução da Sensibilidade.
Existem Sensibilidades de recepção moral e isto está dependendo da
Evolução do Ser....
O Ser pode ser Humano ou Animal.
Cada caracteristica está dependente do carater do Ser.
A sensibilidade pode ajudar e pode prejudicar mais, se o Ser tem sua evolução
descuidada e as vezes, egoisticamente age de acordo com esse Sentimento.
Se a Sensibilidade é atraida por uma certa facção de equilibrio humano, ela
pode ajudar a abrir as Cortinas que guardam a Revelação da Libertação
Divina no Ser Humano - pode até num ser animal, que ja tenha uma antena
desenvolvida para um aspecto Divinisado na Evolução de todos os Seres
do Planeta Terra.
A Sensibilidade tocada num ponto, pode revelar ao Humano, sua
Verdadeira Natureza,
- a que lhe Revela a Divinidade devida, pela sua Evolução.
Existem Sabedorias que se apossam da Revelação Divina e existem Sensibilidades
que salvam o Ser perdido no Labirinto da Não Observação que o salvariam da
Tempestade Humana ... lhe estendendo a mão para o Conforto da Divindade.
clarisse

quinta-feira, 7 de março de 2013

O MUNDO REAGE

A Reação do Mundo, depende da Divindade.
Tudo é Divino, e sua Apresentação depende do Conceito Divino.
O Lugar que é escolhido pela Divindade para a Ocasião da
Planta, do Metal, do Animal, do Espiritual, é sucetivel ao
Designo da Divindade.
Então, por que não procurarmos de imediato a Divindade, com
o Intuito de nos salvarmos do Sofrimento?
Porque nossa Avaliação de Nós Mesmos e de Tudo o mais que
se refere àVida - no nosso Conceito, porque não sabemos exatamente
onde "as coisas estão dependentes" e que podem ser atraidas pelo
nosso comportamento Animico, para ainda não dizermos, do Espirito,
até onde podemos contatar a Espiritualidade,
E após a "Revelação" seremos "Revelados" de que?
Penso que o Espirito tem Revelações que o Sentido Humano de Si
e das Coisas, talvez não se adapte ao de Imediato num Estado em
que estamos, totalmente diferentes do que imaginavamos que pudes-
semos estar "uma vez", para não dizermos "um dia".
Penso que há um recurso: - o Coração...
é o Coração, segundo Eu, que mais "do que Tudo" pode dar o sentido
de Condução Verdadeira da Divindade...
- então, não devemos perder o Sentido de Amar - porque o Amor
nunca Erra o que Tudo na Vida deseja de melhor "para Si mesmo"
seja "animal", humano ou Vegetal, ou Mineral, ou de Alma e Espirito.