domingo, 3 de agosto de 2008

Meditação e Estrada




Meditação e Estrada



Das lembranças que ficaram da minha encarnação no Sul da India, a mais persistente, é a Estrada.
A Estrada não era larga, não tinha muito mato crescido nas margens, era de terra, e ficava entre o Templo no qual eu servia e o pequeno aglomerado de casas de adobe pintadas de branco e teto de palha, onde residiam membros de minha familia.
Quando eu recebia licença para ir à casa de meus parentes, eu percorria a Estrada, remoendo as atitudes dos mestres das bayaderas, meus mestres; os ultimos acontecimentos no templo, meus encontros com o namorado.
Quando eu voltava pela Estrada, remoia o que acontecera nas 24hs que passara lá, na aldeota.
Eu aprendia tocar instrumento de cordas, telugo, sanscrito para os nomes sagrados, e o significado das atitudes dos deuses para as danças.
As 12hs eram poucas para o movimento do Templo, por isso, só os mestres meditavam. As Devadases remoendo enquanto trabalhavam no templo, "meditavam" sobre os ensinamentos dos mestres: cada atitude da dança sagrada,
correspondia a uma atitude e posicionamento do deus na Existencia, na Criação.
Com isso, um dia inteiro e metade de uma noite, meditava-se sobre as posturas
humanas em relação com seu simbolismo nos deuses - isso, mais a lembrança da
Estrada, nunca me deixaram ter o prazer de uma meditação, até seu desdobramento no Infinito e a eclosão do Êxtase. Minhas meditações de agora, eram interrompidas pela invasão desses acontecimentos. As posturas dos deuses,
me levaram à descobertas maiores sobre a colocação dos deuses no Universo, e
o Cristianismo de Krishna no Bagavad Gita, me levaram ao Êxtase da Plenitude do Amor Adivino.
E novamente a Estrada, que me consolava dos reveses desta Vida, quando nunca deixou de dizer: - Agora, você está indo para o templo, para a paz dos deuses, o
interesse dos mestres em despertar em ti a Verdade Divina.
E, quando no Templo, uma contrariedade aparecia, eu ia feliz pela Estrada, para o carinho de uma mãe evoluida e maravilhosa, e o importante, que me amava.

Nenhum comentário: