domingo, 17 de agosto de 2008

CIUME


O Homem, é possessivo.
Aquilo que ele escolheu para ele, o homem, é seu, sua posse, o que ele tem direito; o mundo não pode usufruir do que é dele.
A mulher é para completar o que o mundo não lhe deu.
Se a mulher lhe trouxer, o que o homem mais desejava, ela não pode trai-lo; ela o completa em tudo e esse "tudo" é um mundo que surgiu quando "ela", a mulher, lhe apareceu. Se a mulher o amar, ela também se autocompleta, pois tem o direito de puxar o homem para cima de si, ou se estender sobre "ele", o homem.
Se estender, é se abandonar, e deixar que a corrente misteriosa nos envolva, rolando nosso corpo numa maré sem perigo.
Se o mar nos levar, o homem sobre a mulher, até a areia dura e molhada, e olharmos a Lua no alto, onde os braços estendidos não podem alcança-la, veremos que estamos perdidos em nós mesmos, pois o vazio, faz parte desse confronto entre homem e mulher,
e o ciume é um grito de angústia para a perda irrecuperavel.
clarisse

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