sábado, 17 de maio de 2008
ULTIMA ETAPA DA VIAGEM
Estou num trem europeu, que, como todos os comboios da Europa, tem um corredor entre as janelas e as cabines.
Olho a paisagem que passa rápida como a Vida, sem espectativa da próxima vista e as paisagens já passadas, sem um foco estacionado para ser analisado com lealdade.
O principio e a Infância, foram difíceis e terríveis, num Lar onde todos eram “disparatados”; para uma criança, dava idéia de que a existência seria um rumo difícil sem conexão razoável.
O trem está na última etapa da viagem. Agora, existe a pergunta: - Quem sou eu? O que fiz, foi certo? A família continuava a existência de uma mulher nobre que deixara muitas relíquias sagradas do Catolicismo – agora mesmo, passaremos por Lourdes, o santuário famoso. As relíquias não davam direção para o meu destino e o Lar parecia uma Pirâmide de Iniciação, sempre com um fosso aberto onde eu poderia me precipitar – no desafio da coragem para enfrentar a Vida.
Correr para trás, foi a solução que escolhi: o trem passou por Lourdes e eu saindo do comboio me dirigi para a Índia, onde, do portal do Templo em que servi como devadase, olhei o Mundo, como se estivesse num planalto, escorada pela coordenação do Hinduismo em meu espírito, assim, podendo “sonhar” com a lógica da Vida, traiçoeira e aparentemente injusta para julgamentos que muitas vezes não conseguimos solucionar, mas, que entregamos ao Espírito, porque os olhos d ´Ele distinguem a concordância que não temos para a complexidade da Vida – e principalmente, do que nossa Alma ainda deve à ela, pelas nossas muitas encarnações.
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