sábado, 31 de maio de 2008



O VELHO DA MONTANHA


Numa povoação em serra de Minas Gerais, numa cabana de
Madeira de um cômodo só, isolado numa colina, vivia um

Velho de olhos azuis, que era conhecido como o Velho da

Montanha.

Uma vez por mês, um homem estranho, que se vestia como

Um "hyppie" , subia a colina e levava para o Velho artigos de

Higiene e alimentação integral, tais como bolachas, mel,

temperos do gênero macrobiótico; o Velho não cozinhava nada,

Comia o que não precisasse ser cozido.


Alguns turistas o procuravam, mas eram poucos, pois já corria

A informação de que o Velho não gostava de falar. Sentavam-se

Ao redor do Velho em silencio e em silencio, depois de um certo

Tempo, levantavam-se e seguiam seu caminho.

O Velho se vestia com um pano enrolado da cintura para baixo,

Como um doti indiano.


Um fenômeno começou a ser observado para os que procuravam

O estranho habitante da montanha: os visitantes tinham a

Impressão de que estavam sofrendo da visão. A figura do Velho

Não era nítida: embaçada como os que o contemplavam sem

Usarem os seus óculos de míopes, se tais eram, e aos outros,

Também.

O que estaria acontecendo com o Velho?


Um dia, o Velho foi encontrado morto. Isto é, o seu corpo

Abandonado como o casulo de uma crisálida – tão leve, que

Parecia ôco, mas a pele fresca e perfeita, sem uma mancha ou

Contusão. A boca esbranquiçada, os olhos sem a cor azul, os

Olhos que eram o seu encanto.

Na sua estranha vivencia, estranha para os que vivem

Uma vida normal e comum, o Velho percebeu que podia

Invadir os "intervalos" ; em seguida, o princípio ativo,

A "pedra de toque" na aparente separaçào da matéria,

Começando pelos intervalos entre as folhas e depois os

Outros invisíveis a "olho nú ". Essa experiencia foi aos

Poucos se transferindo para o seu corpo e o transformando

De acordo com sua respiração. Daí a impressão que

Causava de "embaçamento" na visão de sua figura.

A povoação fundou um Cemiterio, registrando-o, só para

Conservar o corpo do Velho com eles. Para não colocarem o

Corpo "de porcelana" em contato com a pesada terra, encheram

A cavidade de seu tumulo com os seixos do ribeirão que por alí

Corria, e assim ficaram com ele para todo o sempre – mas -

Recebiam bem os forasteiros, vendedo-lhes os produtos que

Cultivavam, negando-lhes posada, no entanto.

Aquela povoação tomou inveja do estado corpóreo do Velho da

Montanha, e em secreto, levava uma vida que por pouco que

Fosse, pudesse um dia lhe outorgar os efeitos da misteriosa

Existencia do querido Velho.

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