VULCÃO 
  
           Assim como as montanhas do Rio de Janeiro são 
           famosas por sua posição, a maioria a volta  
           da Lagoa e do mar, a silhueta mais romantica, é 
           a do vulcão Vesuvio, no horizonte da Baia de  
           Napoles. 
           São dois picos: Soma e Vesúvio. 
           Ha uma caída da montanha entre os dois picos e 
           o maior, é o Vesuvio. 
           É uma paisagem inteira, um quadro com imensa 
           perspectiva - é triste, romantico, nostalgico. 
           Almocei perto dele, num estacionamento coberto 
           por suas cinzas, onde cescem as parreiras de uvas, 
           pois as cinzas vulcanicas são o melhor adubo para 
           a vinha. 
           Depois, de carro, subí a estrada que leva ao  
           estacionamento onde trocamos os sapatos - por tenis, 
           se for necessário, pois na subida da montanha, cada 
            passo equivale a dois, que descem.   As cinzas 
           rolam sob nossos pés e é cansativo subir o caminho 
            estreito que conduz à cratera.  Existem passagens 
          que só dão para uma pessoa - e eu tinha   que 
           me comprimir na encosta do vulcão para ceder 
         a passagem ao outro - que poderia rolar pelo montanha 
         de cinzas. 
         Tenho pressão baixa e o calor era terrível.  Não conheço 
          neve, pois tenho horror ao frio, e assim sempre 
          escolhí o verão para ir à Europa.   O caso é que 
         comecei a arquejar e sentir tonturas que poderiam 
         me levar a me espatifar la embaixo.  
         Resolvi me encostar na rampa para me recuperar 
         e foi aí que pensei: 
         - Meu Deus, que faço eu com 45 anos encostada 
           num vulcão? 
        A subida tem 3 km e eu ja subira 1,5 km, mas não tive 
         coragem de ir mais além e até tive medo de descer 
        sozinha tão tonta que estava - mas conseguí voltar sã 
        e salva - não quis incomodar os amigos nem o guia. 
        No posto haviam dois gatos: Soma e Vesuvio.   O pelo 
        deles estava tão áspero pela poeira do vulcão que os 
        animais tinham aspecto de filhotes de leão.  Perguntei 
         se eles "de vez em quando "  não tomavam banho. 
        Não precisei ouvir a resposta: "banho" era coisa jamais 
        pensada alí... 
        O vulcão emanava força, como um signo zodiacal 
        erguido por potencia mitologica com a metade da 
        energia do Universo.  Ele nos transportava à uma  
        galáxia  terrena que só Titãs habitavam invesiveis. 
        Aos poucos o choque do esforço foi-se esvanecendo 
        e eu me sentí enquadrada na emanação mais telúrica 
        que poderia usufruir. 
        Na descida pela estrada, parei numa loja de "souvenirs" 
        e comprei um colar de pedras vulcanicas que uso para 
         me recompor de algum desiquilibrio.  
              
Nenhum comentário:
Postar um comentário