CONSIDERANDO 
  
   Eu estou na rede, na varanda de minha casa. 
   Ao alto, os urubús voam seu vôo macio sob as nuvens, passando pelos 
         intervalos de céu azul. 
   Ha duzentos anos atrás, uma moça pobre, olhava os abutres indianos 
         no mesmo vôo sobre o Sul da India. 
         Um sadhu itinerante, que passava por Madurai, vendo a contemplação 
         da moça no céu, disse-lhe: 
         - Você não pode reter a paz do vôo das aves; nem transferi-la para o seu 
            interior - nem manter essa paz numa constante em sua alma. 
            A vida é mutável. 
            Descobrir o ponto sereno na constante mutação, zelar pelo ponto 
            sereno, enriquece-lo com o sopro do Espirito, ampliar o ponto  
            sereno até faze-lo permanente em sua alma, iluminando as 
            sombras que sua mente ainda não pode caçar com a rede de sua 
            evolução, esse é o objetivo da Vida. 
   A Eternidade sorriu ante o conselho do sadhu para a jovem de baixa  
       casta. 
   E nada mudou, no modo como eu contemplava o vôo macio dos urubús 
       sob as nuvens. 
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