sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O MEDIEVAL E O BARROCO

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Crescí numa educaçào à francesa e numa casa onde predominava o estilo barroco.
O grande lustre de cristal, com uma cinta de bronze
com quatro cabeças de carneiro.
A mobília da sala de visitas, os móveis de madeira-branca
da Europa com revestimento à ouro, os cristais São Luiz,
as taças talhadas em cristal de rocha, o Oratório...
Meu pai gostava do ouro e da sua profusão no Barroco.
Eu também achava que gostava... que sabia eu criança
do Mundo?

Eu detestava o estilo medieval, que mesmo adornado
pelo gótico, me parecia soturno e triste.
E também não gostava da Grécia e amava mais a Roma.

Quando meu espírito como um imenso pássaro
distendido no Universo foi retomando sua forma e recompondo
sua fala com gorgeios abafados em suspiros pela posse
da Herança Divina, também as páginas da tragédia
terrestre, foram se encaixando nos vãos da ordenação
cármica.

A Grécia cresceu em meus sonhos transcedentais
e o medieval, em suas linhas de traçado triste, fez-se
moldura para os mistérios alquímicos e o verdadeiro
destino da Espada de vários combates...

Passei a amar o Ferro, o Bronze para os lustres,
o Estanho em que eram desenhados sutís traçados
barrocos, e assim a Pedra, sim, a Pedra era o refúgio das
pesquisas de minha Alma; desde o Estilo Pilões do Egito,
até aquele em que são erguidas as Catedrais e se fecham
os túmulos.

Os rochedos contêm o Mar, quando o Oceano os manda
invadir a Terra e os rochedos, obras dos Titãs, são o Museu
do Mundo.

O Ouro, apesar de muito, sempre construiu coisas
pequenas,

A Pedra, aprisionou a Terra.

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