segunda-feira, 27 de agosto de 2007


A Casa de Lua Nova

Lua Nova morava sozinha.
Seus parentes residiam em outros estados.
Por isso, preocupada com a solidão, Lua Nova resolveu abandonar
sua casa e ir morar com os parentes.
As plantas em vasos, retirou-as e deixou-as sobre
os canteiros no jardim - para se fixarem e não dependenrem dos
cuidados humanos.
Lua Nova pegou um saco de viagem, enfiou nele os pertences neces-
sarios e partiu dos arredores de Pquim, para uma longa viagem.

Foram onibus pelas estradas, caminhões, carroças, carros...
uma barulheira infernal a qual ela não estava acostumada.

Para pegar outro onibus, Lua Nova guardou sua mochila numa estação
e foi passear pelo lugarejo.
Encontrou um Templo Budista.
Ali, se achou no silencio a que estava acostumada.
A serenidade da fiionomia do Grande Buda de Pedra, parecia lhe transmitir
alguma coisa.
- Essência Unica ou Unidade, pensou.
A Atmosfera da Essencia Unica permanece;
como uma matriz feminina, ela tem tudo para a vida de um feto.
E nós a abandonamos, para gritar por ar para respirar e chorar de fome
para comer.
A penetração da Essencia Unica em Lua Nova foi tão real, que ela até a
noite, não sentiu fome e...
... voltou para sua casinha abandonada.
Chegou com o céu escuro, pois era Lua Nova.
A porta de madeira vermelha parecia ter sido arrombada - mas não o fora
totalmente - Lua Nova penetrou no ambiente que tinha seu cheiro, seus
sonhos abandonados, e um lastro de viver que se perdia no Universo...
Aqui na Terra, nada havia para ela, a mulher solitaria, cuja solidão era um
Livro Indecifravel, mas absurdamente compreensivel num céu escuro
onde a Lua que viria tinha o mesmo luar da escuridão.

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