sexta-feira, 17 de agosto de 2007


DESERTO

O Deserto é o confronto do homem

Com o homem

Ele, o Deserto, em si mesmo, é a propria

Morte,

Pois ele é o leito de um imenso Oceano –

Algo que passou – o Deserto

É a imensa mascara da morte.

O Deserto foi a arena do combate consigo

Mesmo, dos grandes profetas:

Jesus e João Baptista.

Caminhando em suas grossas areias, amare-

Ladas pelo Sol ardente,

Nossas faces fustigadas pelo pó

Levantado pelo Simum constante,

Noite e Dia, Dia e Noite, sem uma vegetação

Variada que nos trouxesse a

Mudança da vida, de suas horas,

O abandono das amarguras, a

Esperança do advir,

Que nem o correr do rio Nilo com suas margens

De tamareiras

Nos traz a certeza da vida vencida pela sabedoria

E a pureza da resignação

NADA

O Deserto é percorrer, encontrar adiante, o que?

Encontrar sempre a mesma derrota a ser vencida,

A Vitória que só o Espelho do Espirito nos dirá se

Valeu a pena




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Viu-se de repente muito longe no Tibet
Viu-se de repente muito longe,

No Tibet

Lá, onde o Céu imita a palidez das montanhas

Que têm a pele que as cobre enrolada

Constantemente pelo vento,

onde a Lua treme de medo da Solidão,

E uma voz que repercurte entre os parametros

Dos que la habitam e, ao mesmo tempo se encaixa

Num mundo de paredes invisiveis, acompanha

Os pensamentos que nos respondem.

Ecos de nós mesmos, levantamos a cabeça

Porque o Himalaya

É uma grande caveira

Onde a Morte é gloriosa entre tranças

De seda vermelhas

E a mais sublime resposta

Do encanto que é o sussuro do Universo

faz o homem compreender

No Esplendor de si mesmo

O que é governar e ser governado.

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