sexta-feira, 27 de julho de 2007
SEM MÚSICA
[16 DE AGOSTO]
Era como se eu estivesse entrando numa zona espacial
Que às vezes atravessamos em nossos sonhos:
eu estava assim, à entrada de Pompéia.
Já visitara Herculano, que achara belíssima, mesmo
Mais artística do que Pompeia, mas a minha hospeda-
Gem estava num hotel em Sorrento, que me dava um aces-
So mais perto de Pompéia.
Goethe, deixara escrito que é belíssimo ver Pompeia ao
Luar, mas as disposiçòes da lei na Italia, fechavam as
Visitas, ao entardecer.
É um cemitério vivo de uma cidade morta.
E por ser uma cidade, sentimos essa outra espécie de
Vida, a que vive ainda sua vida, porque não foram so-
Mente os corpos que desapareceram – mas o fantasma
Da Vida em Pompeia existe, sem a ação dos corpos.
Penetrei numa das casas vazias:
o silencio nela era o mesmo com suas paredes
que eram somente paredes, sem um adorno, e no centro
da grande casa sentia-se o impossivel do que existe em
nossa vida: o silencio, porque a música que é o adorno
do sonho, já existiu em Pompeia.
Clarisse
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