segunda-feira, 14 de abril de 2008

ALGUÉM


ALGUEM

O Sul da India não era um lugar de
muitas oportunidades para ele.
Sua aparencia era de um belo homem
- um belissimo homem:
- magro, corpo bem proporcionado,
nariz longo e fino, reto, olhos negros,
de um negror profundo mas, com o
brilho dos olhos do tigre.
Ele vendia objetos de taquara para
sobreviver; às vezes, desaparecia:
a "jungle" o tragava, o rio que passava
em Madurai, o transportava, o deserto
o envolvia...
E quando a Saudade se desmanchava
sobre o solo da Vida, ele surgia,
sem respostas, dono da liberdade.
Mesmo assim, ele jamais perderia a
mulher que o alucinava - pois nem ela
mesma sabia o quanto valia para ele.
Enfrentando o destino de peito aberto,
ele o feriu, tentando se livrar da
paixão.
Após um ato alucinado, ele fugiu de
Madurai, unindo a terra ao Horizonte
Infinito da Morte.
Ele é um poeta.
Um homem das terras incultas do Sul
da India, ele tem a música em si.
Em dois séculos da Existencia, ele
transporta para o Céu, a música de
uma Orquestra que hoje execute um
concerto clássico.
As Artes o conservam.
A Poesia o mantém para descrição
das emoções - daquelas que fazem o
humano perdoar todos os seus erros,
porque existe alguém de uma nobreza
acima de si mesmo e que por isso tem
o poder de criar além do que lhes
falta porque ele assimila com o poder
de sua alma inefavel
.

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