domingo, 24 de junho de 2007
QUE AS LAMPADAS DO TEMPLO FIQUEM ACESAS
A chuva fina que caiu durante todo aquele dia de Domingo,
transformou-se em trovoada na tarde que logo veio.
A tempestade trouxe um vento amargo que entrou pela
porta da frente do Templo, apagando as lampadas cui-
dosamente zeladas.
O povo teve coragem de se aproximar do corpo da baia-
dera, estirado ensanguentado no fundo da nave princi-
pal, junto à escada que confuzia para as escavações
no rochedo.
A Tempestade mantinha ainda claro o fundo da nave,
com a escuridão que avançava, apagando as lampadas
desde a porta.
No dia seguinte, diante do Templo, sobre a terra molhada,
o corpo esfaqueado, amortalhado, jazia sobre um estra-
do de galhos quebrados.
A Morte, envolta em paixão, se escondia atrás das está-
tuas que sustentavam o alpendre da entrada.
Traziam flores que colocavam sobre o corpo.
Ninguém via o espírito da devadase, sacerdotisa e dança-
rina que da entrada do templo, olhave se a nave sagrada
estava com todas suas lâmpadas acesas...
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