quinta-feira, 21 de junho de 2007


OS COCHES E OS GATOS

O que é hoje o Museu Histórico, antes foi uma fábrica
de artefatos de guerra.

A construção é rústica e agradável de se habitar nela.
Baseada quase toda em pedra de cantaria, tem o chão
das antigas oficinas em lages e hoje os salões que abri-
gam as recordações historicas do tempo do Império, é
assoalhado em madeira.

Mas é da sua parte de pedra, que quero discorrer.

Por uns tempos, o Centro de Arqueologia Brasileiro,
alí se reuniu para as palestras, reuniões e aulas.
Como eu pertencia àquele Centro, certa noite fui lá.
Comecei a caminhar pelas galerias de pedra, desnor-
teada, pois não sabia onde estava a que nos fora desig-
nada.
Foi aí que levei um terrivel susto.
Já estava amedrontada, pois corria entre os componentes
do Centro, que o prédio do Museu, era assombrado.
Ademais, me guiava por pontos de luz, pois as gale-
rias não tinham luz ligada - aquela parte estava em obras,
assim como a imensa galeria dos coches imperiais.
Tateando nos Coches, eu me guiava para sair dalí.
Estava tão amedrontada, que imaginava que um louco
ou tarado fosse me agarrar.
E não era para menos... assustados comigo, os ga-
tos que estavam dormindo e morando nos Coches, gri-
taram e correram espavoridos - como fazem os gatos quan-
do estão dispostos a gritar.
- Fiquem quietos, não vou fazer mall à ninguém...
Amo voces!
E ao mesmo tempo, eu estava assombrada era como dei-
xavam animais de unhas afiadas, dormirem sobre os
acolchoamentos de seda e centenários, das carruagens
imperiais.
Enfim, numa belíssima sala de pedra, colonial,
achei a "minha turma".

É uma belíssima jóia, a confecção da pedra rústica
e pesada, as salas que abrigam passos, a filigrana que
confecciona o barroco dourado das carruagens, e o grito
felino daqueles que na época não eram ainda os animais
que haveriam de adornar as alfombras dos palácios.

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