segunda-feira, 28 de maio de 2007
UM BARCO PARA CASA DE JABOTÍS
Eu disse para o rapaz que vai fazer uma obra em minha
casa:
- Vamos fazer um cercado para os jabotís e emborcar
o velho carrinho de mão como teto para casa deles.
- É... eles vão gostar, sim senhora. Eu ja vi colocarem
um barco velho emborcado como casa e eles gostaram
muito.
Um barco de madeira velha...
Os barcos que se recolhem sobre a areia, apoiados em
pranchas de madeira, para dormirem durante a noite...
têm alma...
Passando por entre eles recolhidos, sente-se as sombras
da angústias que lhe aconteceram.
Um navio naufragado seduz pelo mistério do pequeno
mundo que ele foi - e pelo que passou.
Mas alguém movendo um leme de barco, faz
parte do barco. Ouve o barulho da água, e associa o
volume da embarcação com a água que singra.
Uma canoa corta o mar, enfrenta a onda que se levanta
diante dela - pois, se a receber de lado, emborca. É uma
luta corajosa até o milagre do amainar do vento, onde
um bote é levado pelas vagas que marolam até a areia
da praia.
Um barco quando morre, tem sua história consigo.
Toda historia é fato, todo fato tem alma e toda alma faz
parte do conteudo da vida - pois a vida é criada nos
suspiros, nas ansiedades, nas perdas e nas vitórias:
é assim um veio para vários condutos que podem
organisar um destino no Caos da Criação.
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