quinta-feira, 31 de maio de 2007


PAIXÃO E O DRAGÃO VERMELHO


O Dragão era de um vermelho escarlate, e os fios de
barba e cabelo, eram negros.

Negros eram seus olhos, abaulados como as gotas
de sangue.

O Dragão era alimentado pela paixão de Tanni, porque
ela o alimentava para viver, pois seu amor carnal, es-
tava mais frio que as perólas esquecidas numa gaveta.

O dia e a noite, os astros no Céu, não guardavam ne-
nhum pensamento de Tanni. Nem a Vida, que deixava
suas perdas e ganhos como o lixo que o vento levava
do jardim.

O Dragão, enlaçava o corpo de Tanni, com suas gar-
ras recurvas e suas pernas gordas.

O coraçào da jovem era um depositário de lacre
vermelho, vazio, porque ela temera guardar nele
a esperança da volta de seu amor.

O ventre do Dragão palpitava sobre as coxas de Tanni,
pois que ela se enlaçava cada vez mais nele, fazendo
iluminar em seu interior, os chackras das posses de
seu espírito.

O rapaz amor de Tanni sentiu em sua boca o sabor
do corpo da moça; seus olhos rasgados como o tigre
quando tem sede, sua lingua pendente a procura de
água, quando em vez do liquido que regenera, só sen-
tia o sabor das pétalas das flores, que ornavam o
esquecimento e a derrota.

O Dragão Vermelho fora criado para as mulheres.
Ele sabia aquecer suas vaginas e conservar o calor
com o seu rabo de lagarto virado como um crescente
entre suas coxas.
E abandona-las.
Porque ele era Paixão e o Amor é frio como um pessego na Primavera.

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