sábado, 26 de maio de 2007




A CAVALGADA DAS WALKIRIAS

A crueldade da guerra, ainda perdurava no soldado
após sua morte.
Pudesse ele entender porque morrera...
O cheiro do sangue era uma segunda atmosfera.
O impacto produziu a loucura.
O odor acre da pólvora, que descia até à garganta,
era uma tortura.
Quem descobriu que no céu, lugar onde a suprema
barbaridade ainda se fazia sentir, como se para o ser
humano nenhuma contemplação existisse para o so-
frimento, um barulho que vinha aos poucos transfor-
mando o ambiente, transformava também o que era
a "morte " para aquele que fora destroçado?

O barulho parecia uma cavalgada... longínqua, onde
não se imaginavam cavalos... Eram anjos diferentes de
tudo o que se poderia imaginar, sonhar... mulheres
em roupas primitivas, os cabelos enormes voando na
cavalgada louca, elas puxavam os que jaziam mortos
no chão e atravessando sua alma sem corpo sobre
a sela dos míticos cavalos, alcansavam um céu cujo
toque de conforto divino era sua atmosfera de doce
odor inexplicavel, atmosfera para a transfiguração.

E os anjos, as Walkirias, lhe davam a sorver hidromel,
que os transformavam no que nunca haviam imaginado.

Os anjos femininos do Wahalla, tinham a mesma
angelitude dos alquímicos anjos masculinos do panteon
cristão.

Odin sabia o que era uma batalha na Terra, o que era
a guerra criada pelos homens que lhe clamavam
piedade para os sofrimentos - e na feição das mulheres
que podiam ser mães, o conforto de suas desgraças
em mãos que criavam e guiavam - porém que lhes
davam a transubstanciação que só o impactante
feminino poderia realizar.

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