quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008


VESTAIS


A ambição de servir a deusa, respondia
à uma ausencia feminina do desejo
espiritual de toda mulher.
No entanto, com o passar dos dias, o chão
frio do templo em seus pálidos pés,
fazia o chamado de uma emoção, anseio,
que a propria sacerdotisa não sabia res-
ponder.
Os olhos da deusa Vesta, tão brancos e
cegos no mármore esculpido, não conseguiam
mover a vista da vestal para algo mais doce
e sutil que a rigidez das normas dos templos.
Como flores invisiveis, a devoção ou entrega
tinha que, cada dia, desvendar para a sacer-
dotisa em que consistia na brutalidade da alma
do Planeta, as nuances verdadeiras da deusa
Vesta.
Nao era uma entrega, à sua deusa e mestra;
a vestal era uma prega na alma da deusa
que compunha o seu manto espiritual.
Vesta não comparecia aos deveres das ves=
tais em sua obra social - as vestais tinham
de ser um pouco da deusa quando entravam
em lares onde havia serios problemas de dis-
cordia e sofrimento.
A Pureza era o principal compromisso da
vestal: se o traisse, seria enterrada viva para
comer as raizes de uma planta sagrada.
Não ha melhor metodo de atuação numa
alma, do que a pureza.
A pureza é a sinceridade celeste: é um
espelho onde se miram os deuses.
Onde não houver pureza, na mão do condu-
tor, o milagre não se realiza - se o milagre
depender da absolvição.
Vestais reencarnaram e muitas delas tiveram
visões santas - porque a pureza as acompa-
nhou - e após alguns tormentos terrestres,
as videntes se realizaram na sua ultima
missão social no mundo: levarem os humanos
aos pés da divindade - uma divindade que elas
cultivaram com a sinceridade de seu proprio
ser.

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