Preto... um Oratorio em fuligem enegrecida pela fumaça das pastilhas de cânfora, as imagens dos deuses são estátuas escuras, que mal podem ser distinguidas... A Infinita Misericordia Divina colocou esse altar de um templo no Sul da India, bem grande, enorme, em todos os céus do Plane- ta Terra... para onde girasse o Globo Azul, nas estações que marcavam minha vida.
Na casa de Ipanema, me deram um quarto que tinha um anexo pequeno. Da minha cama eu via pela porta estreita que dava para o anexo, o Oratorio Negro, enorme - da cruz que o encimava, pendia em correntes de prata, uma lamparina de vidros coloridos com óleo dentro e onde boiava noite e dia, um pavio de cera sobre uma estrelinha de papelão, a chama daquela capela.
Eu olhava da minha cama aquela imensa sombra escura que era apadrinhada pelo negro altar de fuligem que me perseguia do Espaço - a saudade era tanta, de algo que eu não identificava, que uma noite, minha mãe veio ao meu quarto de criança perguntar porque eu chorava tanto...
Quando na India, identifiquei meu templo, e quis me aproximar do altar, os nativos fizeram uma corrente humana para impedir que me aproximasse.... eu era agora, uma ocidental... O oratorio ja foi vendido ha muito tempo por minha mãe, quando saimos daquela casa, quando meus pais se desquitaram.
Mas eu reconquistei o altar que jamais esqueci - enquanto a India for eterna, eu terei um altar para orar para os meus Mestres.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
A ESTRANHA ESTRADA ATRAVÉS DO INFINITO
Onde estamos e não estamos. Todos os emaranhados nesta Estrada, são ilusões da Ilusão. Não sabemos quem somos ainda, ainda não fomos iluminados, para sermos esclarecidos. A vontade que nos impele para pros- seguirmos, é o estranho som OM que captamos como cegos, o ribom- bar do Infinito - que nos Orienta com a imantação de Iman para o Iman que temos da particula de Deus! O resto na Estrada, vai se transformando, e ora nascemos no Tamil Nadu na India, onde está a maior influencia hindú, ora estamos no Himalaia, o lugar mais alto da Terra, para onde se refugiam todos os que desejam realizar a sua Verdade!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
A CRIPTA
Ela sempre está lá. A Cripta. Na Costa de Amalfi. O mar Tirreno espuma suave em baixo - pois ele não ergue ondas. No paredão rochoso, cavaram-se catacumbas - e a cripta ficou lá esquecida. Aqueles que na Cripta deixaram seu morto, ja não existem - ha bem uns trezentos anos. Franco, filho único de familia abastada braileira, toda a vez que ergue os olhos para a costa de Amalfi, algo lhe desperta a lembrança, mas ele nada comenta com os companheiros de excursão.
Franco sonha: flutua sobre o mar Tirreno, sabendo que pode se apossar daquele que está na cripta - que também se chama Franco, e que participou de uma ordem esoterica. A lenda do mar conservou o ambiente, recortando-o das estações etéricas, e mantendo-o na terra com a atmosfera do "lado-de-lá". Franco é um Mago na Cripta e tido como iniciado entre os esotericos, era um agente - não aquele que ouve, que é iniciado - mas o que age no fragor de cavalheiro da Espada Santa. Seu corpo se conservou intacto na cripta, pela atmosfera da Italia, que tem facili- dade em conservar os corpos humanos. O homem da Cripta não era um extra terrestre - pois fazia parte de um mundo etérico do planeta Terra - mas seus pés caminhavam com asas, como aqueles do Mundo dos Deuses.
Franco é um Anjo.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
SENSUALIDADE
A parte de Krishna e Jesus, traz a Sensualidade Mistica. O que é o Misticismo? O Misticismo é onde se processa o culto da Devoção. Um enorme receptaculo está aberto sob o Ceu. Procuramos nele todas as formas de culto aos mensageiros do Amor de Deus. As vezes, a entrega que satisfaz, se transforma naquele que se doa, em estigmas sangrentos. O sangue vermelho, sumo do Coração, é o selo da união. Interessante, é que os representantes da Entrega Devocional, são masculinos. As manifestações femininas, respondem com milagres, socorros para os sofrimentos. A mulher apaixonada, ela se dá ao masculino, objeto de seu amor - é uma entrega totalitaria até mesmo, quando a manifestação Divina, é feminina - como Bernadette, na hora da morte, vendo a ultima aparição feminina de Lourdes - suas ultimas palavras: - Eu te Amo. O homem, na totalidade da Devoção, ela abarca o Universo : o Filho de Deus, na sua totalidade para com o Pai. Essa Sensualidade Magnifica que nos funde com a Criação e nos transporta à um Mundo até hoje não revelado totalmente, pois a sua Revelação é o Misterio da Criação.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
PRECE
Não vamos chegar diante da Imagem, e dizermos: - Te imploro, paz para o meu espirito que está atormentado...
O deus, o santo, te pergunta: - Em que gaveta, aonde, guardaste a paz dos deuses e dos santos - para eu t´a conceder agora?
- Senhor, senhora, não sei... só sei que preciso dela agora.
- A Paz, a tua Paz, é concessão nossa - Deus cria os homens com NOSSA Paz. Tens que te fundires em nossa consistencia, para sentires a Paz. Como dar-te a Paz se não tens um receptaculo que possa acolhe-la? Eu sou um deus, sou um santo, minha casa está em ordem, na tua casa existe uma desordem tão grande que nada localizas. Põem-te em ordem - e então, vem, estende teu recepta- culo e eu colocarei a Paz que te pertence, até o ponto onde cresceste, para recebe-la.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
CEMITERIO DE ALMAS
Estou com problemas pesados e sérios. Contemplava distraida, da sala, o jardim. Não entendi como nem porque, comecei a ver Herculano e Pompeia. A quietude das duas cidades, sempre vazias, pois por mais turistas que as visitem, estão como sempre foram, com suas casas de pé com os jardins dos fundos refeitos. A primeira impressão, é que "todos sairam, mas estão por ali ou vão voltar". Os banhos publicos de Herculano, em grandes piscinas cavadas nas espa- çosas salas, onde eu gostava de me sentar e ficar sozinha, eram como templos vazios. As ruas de Pompeia, com suas casas em perfeito estado, quando ultrapassamos as portas, temos a impresão de que os proprie- tarios ainda estão com as mãos sobre as tramelas. Não vi cemiterios nem em Pompeia nem em Herculano - "Aqui, ninguém morre", pensei. À noite, ao Luar, as almas saem a passear pelas ruas ... foi o que a sensibilidade do Mago Goethe deve ter sentido, quando disse: - Deve-se visitar Pompeia ao Luar.
A minha solidão foi quebrada, quando pensei: - Existem lugares onde minha alma tem sem- pre companhia...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
VESTAIS
A ambição de servir a deusa, respondia à uma ausencia feminina do desejo espiritual de toda mulher. No entanto, com o passar dos dias, o chão frio do templo em seus pálidos pés, fazia o chamado de uma emoção, anseio, que a propria sacerdotisa não sabia res- ponder. Os olhos da deusa Vesta, tão brancos e cegos no mármore esculpido, não conseguiam mover a vista da vestal para algo mais doce e sutil que a rigidez das normas dos templos. Como flores invisiveis, a devoção ou entrega tinha que, cada dia, desvendar para a sacer- dotisa em que consistia na brutalidade da alma do Planeta, as nuances verdadeiras da deusa Vesta. Nao era uma entrega, à sua deusa e mestra; a vestal era uma prega na alma da deusa que compunha o seu manto espiritual. Vesta não comparecia aos deveres das ves= tais em sua obra social - as vestais tinham de ser um pouco da deusa quando entravam em lares onde havia serios problemas de dis- cordia e sofrimento. A Pureza era o principal compromisso da vestal: se o traisse, seria enterrada viva para comer as raizes de uma planta sagrada. Não ha melhor metodo de atuação numa alma, do que a pureza. A pureza é a sinceridade celeste: é um espelho onde se miram os deuses. Onde não houver pureza, na mão do condu- tor, o milagre não se realiza - se o milagre depender da absolvição. Vestais reencarnaram e muitas delas tiveram visões santas - porque a pureza as acompa- nhou - e após alguns tormentos terrestres, as videntes se realizaram na sua ultima missão social no mundo: levarem os humanos aos pés da divindade - uma divindade que elas cultivaram com a sinceridade de seu proprio ser.
UIRAPURU EMBALSAMADO
O corpinho do Uirapuru, seco, embalsamado pelosperfumes da Floresta Amazonica, é venerado,guardado, porque seu canto é o mais mavioso dafloresta sem fim.Não se embalsamam cantos maviosos dos pássaros.A produção lirica que encantava nossos ouvidos édisseminada sobre a maior floresta do mundo; oque nos interessa agora, é o corpo maravilhoso dopássaro - sua arte, seu som na atmosfera que oacolhia para ser levado pela mãos dos anjos aosarcanjos e destes para o maior mundo depois doplaneta Terra.Os corpos de Krishna, Buda e Jesus, não se sabeonde estão, ou se foram cremados.Eu criaria um templo onde os corpos de tresuirapurús representariam os corpos daqueles cujoscantos de melodia no Cosmos da Terra, aindasão cantados, como os tres Mestres, porque amelodia do pássaro tem nossas palavras, nós éque ainda não temos em vocabulos nossos atradução dessas rimas encantadas.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
A EGIPCIA NUA
A mulher egipcia , caminhava nua no Deserto de areia, sem a contem- plação da Natureza. A Lua, também despida, deixava sua luz diáfana se espalhar sobre o deserto. A mulher nua estava triste: seu corpo não tinha joias nem perfume..., seu cabelo negro, entrançado em finas tranças, ela o abria sobre os ombros como asa negra do Abutre, o simbolo da Deusa Mãe, do Antigo Egito. A mulher nua estava triste: o corpo nu de seu marido jazia gelado na cama de ouro, sendo preparado para a morte eterna. Eternamente, a mulher nua vagaria no Deserto do Egito, fazendo parte, nua, da morte de seu marido que a envolveria como os ligamentos da múmia, untados com o óleo de sua vagina, colhido dos Espasmos da invasão do corpo do faraó em sua alma, que era mais uma constelação de estrelas no Céu sobre o Rio Nilo.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
O GRANDE CANCER
Células malignas comprometem a Criação. Como o cancer, as células se desenvolvem para ter o comando da transformação e desnorteadas perdem o rumo, confusas entre a Bondade e a Malignidade.
O EU tenta tudo, até ter o Amor Divino, para nele sobreviver. Existem vários Amores Divinos - o Verdadei- ro é aquele que se sente como Irmão de Deus - ele é Horizontal - Suave - identifica- vel, mas escapa à nossa apreensão. As explosões na matéria do Planeta, aba- lando com os vulcões, as enchentes, o mar enfurecido agredindo a terra, os animais -feras, perturbando a Criação, e o Homem, com a sua Inteligencia, tentando conquistar o Dominio do Mundo. Mas, eles estão lutando contra Um mais forte, que revertendo tudo em si, é sempre Ele ou consentindo somente num Degrau Mais Além porque O apoia, como a Mãe Divina, que reforça e não compete.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
UMA DEUSA DESCONHECIDA
Era uma criatura estranha... por vezes, altamente devocional, fazia de si entrega aos deuses de seu país e ao mesmo tempo, batia com o pé descalso no chão, ao ritmo de um tambor excitante, ativando sua sensualidade, dificil de satisfazer...
Seus amantes eram ultrapassados pelos deuses e ashvins e outras vezes, os deuses e os ashvins eram ultrapassados pelos amantes...
Como nada se perde e tudo se transforma, essa mulher quando morria, ficava em conformação de deusa, até se extinguir sua potencia de deidade; então, ela descia à Terra como monja de Mosteiros Orientais ou como frera de Conventos Cristãos - em algumas vezes, fugia dos Mosteiros ou Conventos, se prostituia, fazia parte de Associações de Caridade, socorria as populações pobres e necessitadas - voltava para os Mosteiros, fugia novamente, dançava entre os Ciganos, seduzia os homens brancos, morria de terriveis doenças. Nascia às vezes aleijada, retardada, e na morte, reassumindo sua natureza de Deusa, atravessava as Estações Espirituais, erguendo a tocha onde a Luz iluminava os caminhos para aqueles que tateavam na escuridão, conduzia as Almas para sua reabilitação e conhecimento na Divindade. O Tempo Misterioso dos Deuses apontava resquicios de Carma e a Deusa outra vez descia à Terra - para misturar os transtornos da Humanidade com as Luzes dos Deuses. Até que um dia a Semente Divina foi mais forte e a Deusa apagou na sua memoria humana todo vestigio que não pertencesse aos Céus ou Olimpos - e sendo Luz, só Luz, não tinha potencia alguma além da Divindade.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
UM IMENSO SONHO
Ja passei pela experiencia de uma alma vir me pedir perdão por ter tirado minha vida na encarna- ção passada. O estranho, é que, a alma dizia ter passado 200 anos rolando pelo Espaço. Mas, o mais estranho é que, enquanto a alma "rola- va" pelo Espaço, eu estava bem numa Dimensão apropriada para mim - estava tão bem, que quando fui chamada para encarnar na Terra, sofri barbara- mente com essa noticia. UM IMENSO SONHO - porque, não estendi a mão para a alma em divida comigo, enquanto eu estava no Espaço? Porque não havia chegado o momento para aquela alma? E eu nada podia fazer? Agora que estou encarnada, a Alma é minha guia e me inspira nos meus escritos. NESTE IMENSO SONHO que é a disparidade de mo- mentos, existe atualmente, um desencarnado e um encarnado - e uma divida intermediaria. A divida está sendo saldada em degraus diversos de encarnação - nossas mãos estão estendidas através do Cosmos, do Universo, e não se tocam... Eu grito numa extremidade do Mundo e a alma grita na outra extremidade - as pontas dos dedos não se alcansam - mas um desejo, um apelo, uma suplica, valem mais que um entrelaçamento de corpos, porque é um beijo sem chegada e separação, muito mais que o tempo e quase não acreditamos nesse encontro que desfacela a Obra Divina em trapos porque o Sonho é a perfeição da Criação.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
A SOLIDÃO GERA PAIXÃO
Na Solidão, falta tudo; - e, nessa falta, que se assemelha a um dos reinos do Espaço, criamos, como os Espiritos que têm a capacidade de "criar" qualquer coisa com o "pensamento", uma paixão, que é uma "criação" com tudo o que desejamos e amamos. A "Paixão" enriquece nossa Alma, e enriquece tanto, que, como os recém-ricos, perdemos a noção de que devemos economisar um pouco e perdu- lários, esbanjamos na Paixão, sem controle de nada. Na Paixão, parece que encontramos o nosso Céu. Quando Dante criou a Divina Comedia, "ombreado" por Beatriz, a expansão era do próprio Dante, Beatriz fazia parte da Inspiração, era apenas "Quebra de Solidão". Se Dante desejasse Beatriz, ele próprio iria fazer parte do Inferno que criara... A Solidão, na verdade não existe... é um estágio desagradavel para uma alma "que não sabe respirar direito".