quinta-feira, 1 de novembro de 2007


Mitos, Deuses, Misterios - TAO - Philip Rawson y Laszli Legeza


Não é facil transformar-se totalmente a si
proprio e viver com a consciencia permanente
da verdade do tao. Os poetas chineses consig-
naram, mais de uma vez, sua ansiosa procura
desta serenidade. Os artistas esclarecidos pro-
curaram imagens com as quais captar sua pre-
sença. É o significado intrínseco das maiores
demonstrações de arte chinesa. Não obstante,
os incontaveis calígrafos taoistas que dedicaram
sua arte a escrever lindamente "wu-wei" - a não
ação - viveram na propria carne a grave dificul-
dade de alcançar essa condição espiritual a que
se referem estes dois caracteres. É impossivel
agarra-la por um ato de vontade. Todos os
conhecimentos da magia, do misticismo e da
filosofia taoista desenhamram-se com o proposito
explicito de traçar aproximações a essa cimeira de
enganadora simplicidade. Tem o sabor da
fresca água do manancial não experimenta obstru-
ções nem divisões e parece com o ar diáfano.
Carece de pretensões e não apresenta pedidos. Da
sua posição vantajosa, o ontem e o amanhã são
iguais, tal como a formiga e o imperador. No seio
de tao, a era mais longinqua não se encontra a
maior distancia que o instante que acaba de trans-
correr.
Um fragmento do Chuang-tsé descreve os autenticos
sábios taoistas. Trata-se dos que perseguem o fluir
natural do Céu e da Terra, os que se cultivam sem se
entregar à "complacencia" nem à "retidão" e os que
alcançam o exito sem a fama. Conseguiram a longevi-
dade sem cultivar a respiração. Suas qualidades são
identicas às da substancia absoluta do tao: placidez,
indiferença, silencio, serenidade, vazio e não ação.
Estão uniformemente equilibrados e cômodos; as
ansiedades e o mal não acedem aos sábios, nada de
desagradavel os pega desprevinidos. A vida de cada
sábio é como o movimento celeste e sua morte é a
transformação partilhada pela totalidade das coisas.
Na quietude, sua virtude é yin, e na difusão, yang.
Não toma a iniciativa para provocar a felicidade nem
o desastre; raciocina perante cada influencia, move-se
à medida que experimenta pressões e atua quando
deve faze-lo. Regeita a sabedoria convencional e todas
as recordações do passado e continua harmoniosamente
as linhas do céu. Sua vida é o flutuar e, sua morte, o repouso.

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