sexta-feira, 30 de novembro de 2007
A CAMINHADA
Nos dias de festa, elas vinham; as mulheres da pequena
Aldeia.
A procissão saía do Templo mais tarde – às vezes, bem
Mais tarde, quando a Lua já ia alto.
Por isso, elas traziam comida e doces para a baiadera
Parente delas.
Porque assim, acompanhavam os andores mais bem
Alimentadas.
Mas nas tardes secas, sem festas e procissões, Nataja
Acompanhada do menino, o irmão mais moço que ficava
Com ela no Templo, e o cachorro branco, faziam a
Conhecida caminhada até a aldeia dos artesões.
As estrelas luziam festivas para a gloria da jovem mãe
Que embalava seu filho recém-nascido, e piscavam
Tristes para as casas que tinham moradores doentes.
A estrada de terra escura, ladeada pelo mato alto,
Escondia o tigre que assim acompanhava os passantes.
Se Nataja seguia com o menino e o cão, ela caminhava
O mais rápido que podia, com seus pés descalços.
Se encontrava um grupo de colhedores ou ceifeiros,
Ela se juntava à eles, pois o perigoso era o que caminhava
Sózinho atrás do grupo.
As presas do tigre, têm 10 cm de comprimento.
Abocanhando a caça pelo pescoço, o animal a arrastava
Por baixo de seu corpo com perícia, enfrentando o mato
E a galharia com tanta rapidez, que era impossível
Segui-lo.
Os grupos traziam gamelas de metal e colheres para
Assustar as feras, mas todo cuidado era pouco.
Quando um gamo assustado, saltava de um lado a outro
Da estrada, começava a batição dos metais para assustar
Pois algo perseguia o veadinho.
O grupo aproximando-se das choças e das casas de adobe,
Ia se dispersando e era imensa a alegria da baiadera
Quando avistava sua casa deixando ver os clarões do
fogo por entre as folhas das palmeiras.
.......................................
O que mais me espanta, é, por que com tanto movimento
No Templo, as danças, os tambores, os peregrinos que
Iam e vinham, as procissões, os bailados em volta da
Fogueira acesa, ficou a imensa
Estrada dominando minhas lembranças.
E foi a única coisa que desapareceu.
O Templo está lá – ainda existe diante dele uma praça
De terra batida, onde se poderia acender uma fogueira
E festejar e dançar.
Mas o casario da nova vida, cobriu tudo, formando uma
Nova cidade.
As procissões ainda saem à noite – iluminadas pelas luzes
Elétricas das ruas.
Pois – segundo se mantém até hoje –
Madurai é uma festa!
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