quarta-feira, 23 de janeiro de 2008


A Morte de Helô

Helô é apelido de Heloisa - que pode derivar da palavra Helio - o deus Sol.
Se os deuses hindús são androginos, o nome masculino de um deus pode ser dado a
uma mulher.

Os pais de Hloisa, a chamavam por Helô.

Helô não foi uma menina feliz: tinha uma perna mais curta que a outra, e devido ao
parto que a poz no mundo ter sido trabalhoso, ela tinha dificuldade em coordenação.
Além disso, era canhota, o que na época em que ela nasceu, 1935, era considerado
"coisa feia" e a coitada ouviu muitas repreensões para ser obrigada a escrever com a
mão direita, apesar das dificuldades com a coordenação.
Helô desenvolveu uma afecção nervosa que lhe causou vários transtornos na sua
formação para adolescente.

Às vezes se desesperava - e ainda mais, porque não sabia à quem orar.

Helô tinha consciencia de um "estado" no Espaço - mas não podia definir o "Estado"
com o lugar onde vivia.

Ao mesmo tempo que era bela e poderosa, era insignifcante, sofredora e feia.

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Aos sessenta anos, Helô tinha perdido os pais, se separado dos irmãos e estava só.

Vivia com uma pensão que a sustentava. Helô, - teve namorados, mas
nenhum lhe deixou "boa impressão," - e a solidão lhe foi uma aliada.
A Solidão, lhe abriu um espaço em que ela percebeu que a energia de um mundo
desconhecido, gravitava por entre os galhos das plantas; a luz do Sol, era um país
onde ela vivia com outros sons e sensações. Quando regressava ao mundo dos
humanos, ela era fantasma de um ser vivo.

Um dia, viu Vesta.
Vesta não tinha forma definida - mas era perfeita.
Helô recuou, para dar passagem à Vesta.

Vesta lhe apontou um cadaver.
Helô reconheceu sua morte e sua sobrevivencia.
Arrastando aquele trapo imundo, cheirando a bosta e suor, Vesta imperava na Terra,
irradiando o poder da Energia Intraduzivel.

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