domingo, 7 de junho de 2009

A Fraternidade das Religiões - Annie Besant




A multiplicidade de credos religiosos seria uma vantagem, e não um prejuízo, para Religião, se as religiões fossem uma fraternidade em vez de um campo de batalhas. Pois cada religião tem uma peculiaridade própria, algo de especial que as outras não têm para dar ao mundo. Cada religião pronuncia uma letra do grande Nome de Deus, o Um sem outro, e este Nome só será pronunciado quando todas as religiões emitirem a letra que lhes foi dada para emitir, em melodiosa harmonia junto com o resto. Deus é tão grande, tão ilimitável, que nenhum cérebro humano, por maior que seja, nenhuma religião, por mais perfeita que seja, é capaz de expressar Sua perfeição infinita. É preciso um universo em sua totalidade para espelhá-Lo, ou melhor, universos incontáveis não bastam para esgotá-Lo. Uma estrela pode falar de Sua Radiância, Ele que é o Sol de tudo; um planeta, girando em ritmo constante, pode falar de Sua Ordem. Uma floresta pode sussurrar Sua Beleza; uma montanha, Sua Força; um rio, Sua Vida fertilizadora; um oceano, Sua Mutabilidade imutável; mas nenhum objeto, nenhuma beleza de forma, nenhum esplendor de cor, nem mesmo o coração do homem onde Ele habita, pode expressar as múltiplas perfeições deste Ser de riqueza infinita. Em cada objeto, em cada tipo de vida, se vê apenas um fragmento de Sua Glória, e somente a totalidade das coisas, passadas, presentes e futuras, pode representar, com sua infinitude, a Sua Infinitude.

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