quinta-feira, 2 de abril de 2009

Livre des Morts des Anciens Egyptiens - Grégoire Kolpaktchy




Livre des Morts des Anciens Egyptiens - Grégoire Kolpaktchy



pg. 50

Pois o homem é antes de tudo, um ser invisivel...
Segundo o "Livro", as aflições e conflitos que se produzem, desde nossa vida, entre os diferentes compostos da entidade humana se transformam um dia, na maior beleza, após a morte, logo que o envelope terrestre, que os havia bloqueado nos estreitos limites do corpo, se rompe. As forças centrifugas de semelhante disparate o deixam gradualmente, submetendo o homem invisivel à uma terrivel prova moral.
A consciencia uma vez revelada - após a morte e a passagem do Limite - o defunto se vai, "diante dessa dispersão de membros de Osiris" (lenda de que o cadaver de Osiris foi esquartejado por ordem de seu irmão Seth) como manter a coesão. O "Livro" menciona constantemente esta preocupação; ele distingue muitos componentes do ser humano.
Primeiro que tudo, o corpo fisico, quer dizer, o cadaver mumificado. Ele veio a ser para o
defunto, um objeto de contemplação e de meditação; ele não é mais "ele mesmo"; mas
será sempre sua propriedade, o elo que o unia à Terra, o ponto onde sua "barca" desamparada havia jogado sua âncora. Doravante, o papel positivo do corpo terrestre está, com toda evidencia, terminado; mas isso, passou a ser um instrumento passivo da magia operatória.
Ficou como um proximo parente ao qual o defunto está preso por lembranças comuns da vida terrestre. A contemplação da mumia ajudava o defunto a se orientar no Lado-de-la,
le fornessendo uma ilusão de estabilidade e segurança. Mas junto com as lembranças
revistas lhe recordando os "bons momentos" passados sobre a terra, um novo espirito surgirá nele: a consciencia de sua missão divina.
No momento onde o corpo terrestre cessava de agir seu papel ativo, os outros ingredientes do ser humano, produziam a necessaria criação de uma nova base da coordenação hierarquica. Esse substrato vivo e ativo, este "soco" da vida póstuma, o Egipcio o designava sob o nome de KA; ele representa após a morte, o papel do corpo terrestre durante a vida; caracterizado por uma estabilidade absoluta, sendo ponto de apoio à interioridade do ser humano, mas com tendencia à periferia, ele provia o defunto deste equilibrio estavel que mais lhe faltava. É a parte mais resistente, a mais condensada de seu ser invisivel. (Sua identidade com o "corpo vital", o "prâna-çarira" dos
Hindús é provavel, mas não certo).
O KA (que nós traduzimos pelo "duplo etérico") é, ainda que imaterial, em tudo semelhante ao corpo fisico do defunto. Ele substituia após a morte, o corpo terrestre, assim como a consciencia do "eu" empirico ("nuk"), durante a vida: como ele, ele vem a ser o eixo da cristalização da entidade do defunto; sem o KA, toda a armação se desagrega, se dispersa. Mas, para preservar o KA era necessario conservar perfeito o cadaver: era a razão do embalsamamento. Ao encontro deste que, durante a vida, nosso centro psiquico (o "eu") tem a ver com o centro de nosso ser, o KA se distende, dotado após a morte de tendencias centrifugas, em direção à perifeia do Cosmos. Breve, tudo o
que poderia prover o defunto de estabilidade, vitalidade, força, vem do KA, por outra, ele
assegura a "coesão dos membros" (o reverso do desmembramento de Osiris por seu irmão Seth).

De Clarisse:

O Homem, antes de tudo, é um ser invisivel. A verdade do Ser, está na invisibilidade, pois
no processo da Encarnação, o Homem perde a Coesão de sua Verdadeira Composição.
Se ele souber durante a encarnação, ir descobrindo seus verdadeiros componentes divinos, se refazendo na Estrutura da Terra, ele nos ajudará como Mestre, como auxiliar,
caminhando ao nosso lado para a Revelação - que não é um Clarão de uma vez só, mas pelos poucos, nós é que facilitamos o Clarão.

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