quinta-feira, 12 de junho de 2008

NATUVANAR


NATUVANAR

O Mestre das Baiaderas do Templo no Tamil Nadu, o Natuvanar, tinha também sua credencial de Mestre para os que almejavam a auto-revelação, processo esse que se revelava pela meditação ou prática de yoga.
Natuvanar, começava com as devadases desde crianças, e ia acompanhando seu desenvolvimento por toda a vida.
Uma delas, Parvati, demonstrava uma inteligencia transcedental, para o mundo tacanho em que nascera e fora criada.
O Natuvanar divisava nela, além de seu corpo e sua alma, uma sacerdotisa de muitas eras e templos, daí despertada sua atenção para a responsabilidade com
a moça na prática da dança; por que a dança? Se os Vedas acharam necessario que essa alma seguindo uma longa travessia da Vida, sempre em templos,teria agora para sua evolução a necessidade da Dança Sagrada Hindú, ele, o Mestre escolhido pelos deuses, assumia agora a responsabilidade da vitoria nesse desempenho da dança - é que os Vedas, divisando o progresso do Ocidente, notaram que a India teria grande repercurssão na espiritualidade dessa parte do Mundo - junto com a Yoga, seria necessario a Devoção nos gestos sagrados que transferem o Caminho Espiritual indicado pelos deuses para a compreensão dos Ocidentais.

Porém Parvati tinha em sua alma, uma parte dificil de ser trabalhada: sua sensualidade, triunfo que usara em vidas anteriores para vencer muitos obstaculos, poderia mesmo através da Dança Sagrada, descobrir o atrativo sobre
os homens - e foi essa a pausa que prejudicaria seu confronto com o item para
sua evolução.
Havia festa no Templo.
Na grande praça diante do Edificio Sagrado, dançavam, serviam-se doces, ofereciam colares de flores.
A noite começara a cair.
A fogueira acesa diante do templo estalava os ramos secos e espalhava fagulhas
sobre a multidão.
Todos riam, contagiados pelo clima efusivo de alegria e sensualidade indiana.
De repente, uma nuvem ocultou a Lua Cheia.
Sob a pequena sombra, um tigre humano cortou por entre os festeiros: uma subita intuição estalou no cérebro da discipula do Natuvanar, que a fez correr para dentro do templo, mas o refugio não impediu de ser abatida pela lamina do
ciume.
O corpo tombou no fundo da sala principal do templo, perto das escadas que levavam no exterior às baixas montanhas de pedra, atrás do templo.
Foi como se tivessem amputado as mãos do Natuvanar.
.....................................
O Mestre orou aos deuses do Templo: - me amputaram as mãos, mas meu coração a acompanhará... um dia, ela voltará aqui, sofrida, cortadas suas asas para não voarem tão alto e será mantida sua cabeça, inclinada permanentemente diante dos deuses - porque sua dívida com o Hinduismo, ainda não terminou.

Nenhum comentário: