sexta-feira, 13 de junho de 2008


COLAR DE PEROLAS



Nos meus quinze anos, ganhei de presente um colar de pérolas
Cultivadas.
Minha mãe usava um, do qual ela nunca se separava, porque,
Compunha qualquer toillete que usasse – só que ela não se
Dava conta de que o dela pertencera ao próprio deus Netuno;
o colar que minha mãe usava, era "oriental "-
não era cultivado pelo homem, era do Tesouro
Oceanico, poder exclusivo de Netuno.
Quando o Planeta Terra ainda estava no seu despertar,
Fragmentos de estrelas já haviam tombado sobre áreas da
Terra – e também no Oceano, se bem que o Oceano tem seus
Próprios tesouros.
As mulheres sabem que as pérolas não podem ficar muito
Tempo sem o contato com a pele humana – elas precisam
Disso para não morrerem, para não perderem o "oriente"
Que lhes dá o tom nacarado de "vida".
Assim, noutro dia, tirei os dois colares, o cultivado e o
Oriental e coloquei-os em meu pescoço para se impregnarem
Da acidez de minha pele, e foi então que eu os comparei:
o oriental era uma jóia viva.
O seu brilho era roubado ao brilhante
E revivido no nacar
Não existiam duas pérolas semelhantes:
Eram todas desiguais, atestando sua origem
Selvagem
Uma delas, puxava para a cor amarela,
Outra, para o rosa.
O brilho rompia as camadas de arco-iris
Da ostra, e as pérolas não eram completamente
Redondas: esferas com minimas protuberancias,
Formatos, idem
Restos das escamas de Netuno, origem divina
Dos Oceanos
Quantas vidas ceifadas nessa colheita para a
Vaidade dos homens!
Quantos morreram sob o peso das águas,
Quantos perderam seus pulmões idade atrás
De idade até que se esfacelassem em tiras de
Sangue!
A Ópera O Pescador de Perolas, de Nadir
Imortalisou para sempre os escravos dos
Mares.
Mihail Olege, o joalheiro, já morto, tinha em seus
Dedos, esse meu colar. Sua filha, a doce Angela,
Perguntou ao pai:
Quanto vale este colar?
Não tem preço!

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