domingo, 30 de dezembro de 2007

LIN YUTANG


LIN YUTANG - A IMPORTANCIA DE VIVER -
III - DA ARTE DE CONVERSAR

"Falar contigo durante uma noite é melhor que
estudar livros durante dez anos" foi o comentario
de um velho intelectual chinês após uma conversação
com um amigo. Há muito de verdade nessa afirmativa,
e hoje a frase "uma noite de charla" chegou a ser
expressão corrente para referir-se a uma feliz con-
versação com um amigo, de noite, ou ja passada ou em
projeto.... Tão alto prazer como uma perfeita palestra
com um amigo, à noite, é necessariamente raro, porque
como assinalou Li Liweng, os que são sabios raramente
sabem falar, e os que falam raramente são sabios. Des-
cobrir um homem, nalgum templo da montanha, que com-
preenda realmente a vida, e ao mesmo tempo entenda a
arte da conversação, deve ser portanto um dos mais altos
prazeres, como a descoberta de um novo planeta por um
astrônomo ou de uma nova variedade de plantas por um
botanico.

O homem é criativo em si mesmo. Se a
criação pode ser proveitosa, boa ou má,
está no reino mistico da criação. E
assim, como não se perguntar se sua alma
ja não fez várias visitas à Terra? É bom
se acostumar que as lembranças das
vidas passadas, fazem parte de nossa
inteligencia e são material de nosso racio-
cinio.
Comentarmos sobre Budismo, acrescentando
razões que podem ser reflexos de experien-
cias passadas, ou saudades do impetuoso
hinduismo em suas terras romanticas e com
sabedoria milenar, ou vindo la do extremo
do Universo a magia dos magos do Egito e
da Persia, temperam nossa palestra e nosso
raciocinio com descobertas espirituais que
nos fazem sorrir para nós mesmos, nos
tornando mais valiosos para nosso Espirito...
e que mais poderiamos desejar do que isso?
clarisse

sábado, 29 de dezembro de 2007

ENTRE NÓS


ENTRE NÓS



Entre nós, a Vida
Os Bruxos Espiritas, Aqueles que falam com as alma dos mortos me diseram que ficaste no lado-de-la por seres melhor do que eu
e eu vim, com a provações e os sofrimentos
A Vida esgaçada: - uma ponta em tuas mãos, outra ponta nas minhas
Os Espaços vividos, completamente alternados um do outro
Tu tens mais poder do que eu: - vens ao meu mundo, eu não posso penetrar no teu.
E nesse espaço cruel, a guerra de nossas existencias: - te avalio muito Mas todo o Valor do Mundo não me entrega à ti.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A VERDADE


A VERDADE


Depois de alcançar um certo plano de mais uma
petala do Lotus Cósmico, aberta, as camadas
inferiores da evolução, podem perder seu sen-
tido de existir para esse que desfez o que antes
para ele era razoavel.

Seus orgãos percebem agora outros planos só
perceptiveis para aquele que desconectou o que
ja fôra para ele, razoavel de ser.

As emoções, têm outro sentido, o Novo Mundo,
existe para aquele que pode capta-lo.

As emoçõe da Terra, não afetam os que olham
bem mais além e vêm esse sofrimento transformado
e existente em novos fins.

O Amor, a Piedade, a Compaixão, incessantemente
sublevam esse sofrimento para o Reino da Verdade,
seja em que petala ou camada ele estiver, para fazer
sentido aos que se realizam na Verdade desse Plano.

OS OLHOS DAS BESTAS


OS OLHOS DAS BESTAS


Ha um misterio impressionante:
- a beleza maravilhosa dos olhos das bestaas
Que olhos mais belos dos que os das corças? As pestanas das girafas sobre seus olhar infantíl Os olhos de ágata amarela dos leões Os olhos de pupilas cortadas dos gatos
Os olhos de pestanas louras do meu cão golden retrieve - redondos como bolas na doçura da amizade Os olhos inquietos dos pequenos macacos Os olhos luminosos dos jacarés sobre as águas das lagoas, à noite
Os olhos brancos dos lobos - fantasmas dos alquimicos - visita ao pavor que não cercamos com as meditações gnósticas

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007


UMBRAL



Lugar onde nos perdemos de nós mesmos
Me perder de você e me perder de mim mesma Qual a diferença?
É na separação que percebo o quanto de mim te pertence
É como brincar de cabra-cega com um lenço vedando os olhos e as mãos estendidas procurando te tocar
Dias e dias te aguardo e você não vem
O Umbral tem muitas moradas Mas a Terra tem só uma Vida pequena, é verdade, para o Infinito de nós dois

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007


O QUE O DESTINO RESERVOU


A familia veio de Verona, norte da Italia, terra
de Romeo e Julieta.
Gianfranco, o Franco, alugou um quarto numa casa
em Ipanema, Rio de Janeiro.
A filha da dona dessa casa, era minha colega no
Colégio.
Franco, artista, começou como fotografo - ampliou
as fotos, fez belissimos murais para decoração.
Começou a enriquecer... comprou uma casa numa
travessa em Copacabana, fez um atelier com esculturas
em cimento e uma liga de plástico.
Mandou vir de Verona, a noiva, Fernanda, e mais tarde,
a familia dela.
Comprou belo apartamento terreo em Copacabana,
mais uma cobertura.
Do casamento, tiveram tres filhos:
Leslie, a mais velha, Sandra, a mãe de Hugo Ronca
Cavalcanti, que agora, nas vesperas de Natal, com doze
anos, jogando futebol numa festa de aniversario no
Leblon, levou um tiro de bala 45, que se alojou perto do
pescoço e foi impossivel operar... após um coma de dez
dias, faleceu... e o filho mais novo, hoje ja pai de um casal
de filhos, Gianfranco, ou Franquinho.
Foi Leslie, a filha mais velha, guia turistica, que foi minha
guia para a India.
Acreditando em mim, que apontava sempre para o Sul,
para o Tamil Nadu, fora onde eu vivera ha 200 anos
atrás, como Devadase de um templo.
Depois de ver muitos templos, em Madurai, identifiquei
o meu...
A avó de Hugo, Fernanda, mulher de Gianfranco avô,
na consegue se equilibrar... que adianta eu falar para
ela:
- Sua filha acreditou em mim... eu provei que existe a
reencarnação... ninguém morre... a Saudade, não desapa-
rece - tenho saudades de minha mãe da India, de meu
namorado que não veio comigo mas está sempre ao meu
lado...
Sua filha me acompanhou... ela assistiu o reconhecimento
do templo... ninguém morre!
Mas não adianta, ela chora e eu também... quando eu tenho
tudo nas mãos para provar que a Vida não é uma só... até
em outros planos
!

ARREBATAMENTO


Por que somos arrebatados?
Eu queria acompanhar o Por do Sol zelando pelas cores quentes que começavam a se arrestar pelo chão mas minha impetuosidade impedia isso
Tomei na mão o pó ocre da estrada e deixei escoa-lo como numa ampulheta, lentamente, sobre o capim ralo
Meu cabelo perfumado com sandalo caía sobre meu pé esquerdo, a perna dobrada, eu sentada, acompanhando o deslizar da tarde
Lá, muito longe, perto das árvores, vi um vulto pequeno, cor laranja, tentando se ocultar no mato crescido Pulli - o tigre, em idioma Tamil, que esta tarde de fulgor na India, o Ocidente, tentaria me fazer esquecer
Mas meu arrebatamento faria chorar sempre

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007


O ENCONTRO


Pery era um menino criado num sitio. Seus pais eram funcionarios do sitio e o dono do sitio em alguns fins de semana visitava sua propriedade. Quando o menino nasceu, o dono do sito lhe deu esse nome: Pery, escrito assim com "y" e também foi seu padrinho no Batismo na Igrejinha local.
Pery, de vez em quando, nos seus 12 anos, andava pelo bosque que rodeava o sitio. Alguma coisa o atraia para aqueles matos. Ele sentia como se uma voz saisse de entre aquelas árvores, falava com ele, mas ele não compreendia totalmente o que a voz dizia: mas tinha grande curiosidade nisso. A Religião de Pery, era a Igreja aos domingios e ele se fatigava para manter os olhos abertos que teimavam em se fecharem de sono. A atração pela voz que não compreendia, era enorme, e assim que podia, dava uma escapada para o bosque - às vezes era repreendido pelas suas ausencias - mas ele ia. Em noites de luar, sentia a tentação de ir ao bosque - talvez de noite, ele compreendesse a voz.
Amigo, tinha-os do colegio - em jogar ferro no chão e cercar as casas desenhadas - não caçavam com atiradeira, porque o dono do sítio proibira isso com seus pais - e também não caçavam animais no bosque - a mulher do dono do sitio, também proibira - vez por outra, os proprietarios traziam algum cão ou gato perdido e também sacos de ração para eles - e a vida prosseguia assim.
Sobre a voz no bosque ele tentara conversar com os colegas, mas não conseguira se fazer entender.
Pery era um menino comum: curiosidade com seu sexo e respeito pelos animais como exigia o dono do sitio.
Um dia, Pery ficou só; os pais foram a um enterro de granja vizinha e ele ficou encarregado de alimentar e recolher os animais, o que fez com a ajuda dos colegas - mas, ao entardecer, se dispersaram, cada um para sua morada para a refeição noturna. Pery, então, realizou o sonho de sua vida: foi ao bosque.
O chão coberto de folhas mortas e apodrecidas pela umidade da mata - fechava as paredes e o teto de um Templo Invisivel. Pery se sentiu transportado no mesmo lugar - ele não sabia se estava ali ou longe daquele lugar. Também se sentia revestido por uma especie de roupa - e diante dele, saindo da mata para a clareira onde estava, algo como uma aparição que não aparecia, que era e não era - mas era toda fulguração e modificação ao mesmo tempo - lhe dando sentimento e tirando observação - e Pery se transfigurou como a apari&cceddil;ão e as vezes ele se exultava, pois parecia que ele se transformava na aparição e sua entidade era um bem-estar total com sentimentos desconhecidos e uma espécie de sabor semelhante à sabedoria - satisfeito com seu estado e sem desejar nada, Pery voltou ao Pery - olhou a lua cheia que aparecia por entre as copas das árvores e voltou para o sitio, sendo recebido pelo ladrar dos cães e admirado porque nenhum dos cachorros o seguira para a mata.

PARA STELLA SAMUEL


PARA STELLA


Clarisse de Oliveira



Stella,
houve um milagre na Terra
- teu filho, uniu-se numa obra de Amor
comigo
A essencia desse sentimento,
te envio onde estás no Espaço!
Pressinto-te jovem e bela,
como sempre fostes,
sem a aridez do Planeta
que tudo envelhece.
Está a teus pés,
Diante de ti,
o Amor em prata,
com reflexos de Estrela,
aos teus pés!
Sempre Clarisse


(Stella, mãe de Rogel Samuel, faleceu em 21/11/2007)

Sensualidade


Atmosfera dos ideais dos Deuses
nessa atmosfera o segredo verdadeiro da Sensualidade, malbaratada entre os homens.
Que mais sabeis dos Deuses?
- O "seu" verdadeiro Amor, materia complexa, onde verdadeiramente não atinamos ainda com que objetivam os deuses
Em "seus corações" Eles, os deuses, nos calam... Que vontade de nos revelar a Verdade! Primeiro, temos que provar os deuses depois... Ouvir-lhes as falas.

domingo, 23 de dezembro de 2007


HECATE
Se for a LUA,

cuja Luz discreta,

qual sombra iluminada

sobre a Terra

pode fazer despertar aos poucos

a Luz que irá se incorporar

ao Sol,

tornando transparente o

Espirito do Homem,

até então sem se manifestar

na sua potencialidade divina,

naquele despertar insaciavel

da substancia dos deuses,

a sacerdotisa do Olimpo

na Terra,

deverá zelar pela Luz no Templo,

e cuja função será eternizada

até que o Luar Encantado seja

alimento para a Potencia Solar,

veiculo do humano que almeja

Deus!

UM GNOMO EM MINHA VIDA




Eu ganhei Pinoquio no meu aniversário de sete anos de

Idade.

Era um Pinoquio lindo, porque era o Pinoquio de Disney.

Estava vestido de tirolês, com uma camisa branca e um

Chapéu de feltro vermelho com uma peninha – e suas

Calças curtas, também de feltro vermelho – seguras por

Suspensórios unidos por um peitilho da mesma lã.

Calçava sapatos de oleado preto.

Tinha luvas e meias brancas.

Gepetto, o fabricante de guignols, o velho solitário,

Podia ser um mago que tinha de viver sozinho. Sua

Solidão acalentava as almas perdidas dos elementais,

Que entre suas mãos encontravam uma compensação

Para um existir de incógnitas sem pensamento.


Quando, em um pedaço de pinho, entalhava um boneco

Menino, transmitia à essa futura criaturinha, sua

Carência de vida, o que formou no Espaço o liame

Entre homem e boneco, entre os futuros pai e filho.

Jamais se saberá o desenrolar da vida entre ambos,

Das conquistas esotéricas do mago, do despertar da

Ânsia de vida do elemental.

____________________

O guignol não tem uma aparência agradável de se ver.

Parece que suas caras transmitem um ar de maldade

E deboche, um sorriso sardonico e irônico. Existe dor

Neles como o entalhe da madeira, dos pregos, dos

Arames.

As empregadas em minha casa, sempre diziam:

Clarisse, eu tenho um medo desse boneco...
------------------------------

Minha amiga Lourdes tem um tal horror ao guignol,

Que só em mencioná-lo, provoca-se arrepios nela.

Ela me relatou um acontecimento doloroso:

Estava passeando em Angra dos Reis, quando

Visitando uma velha igreja, subiu os degraus de sua

Torre; e – horror! Quando chegou ao alto, se deparou

Com um quarto de guardados: e lá estavam eles!

Talvez usados em festas da Igreja, estavam lá, sós

infinitamente sós. Lourdes teve uma terrivel
sensação, até hoje inexplicavel para ela, que os

associa à Idade Média.

Não sobraram os meus bonecos de infância, mas ele,

Pinoquio ficou – perfeito, sem um pedacinho da massa

Quebrado. É um contra-forte meu, que me viu chorar

De muito desespero, quando a resposta do Infinito ainda

Não se fazia compreendida.

Hoje, moro numa casa de madeira – e a casa tem

Ornamentos de paus sobre as portas, janelas. Pinoquio

Está sobre uma porta na sala de jantar: lá em cima, com

Seu sorriso conformado e seu olhar de quem sabe mais

Do que aparenta.

Quando o coloquei la, lhe falei:

Você agora vai guardar a casa, ta?
Quando eu residia em outra casa, na Barra da Tijuca,

Um conhecido que foi lá, me disse:

Clarisse, sua casa é mágica... Nas paredes existem uma
Porção de espiritos que ficam observando quem aqui

Entra... para te proteger!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007


O CORDEIRO


Apocalypse de S. João, 22

Bem aventurados aquelles que lavam
as suas vestiduras no sangue do
Cordeiro, para que tenham direito à
arvore da vida, e possam entrar na
cidade pelas portas

Na minha opinião, o simbolo do
Cordeiro foi o simbolo da Geração
desta humanidade.
Que mais belo animal domestico,
manso e util como sua lã, para a
vida dos seres que vieram após o
ressecamento do Planeta?
Lavar as vestiduras no sangue do
cordeiro poderá ser "nossa aparencia"
- a carne que reveste a Alma.
Tendo purificado o mundo da Alma,
o homem renasce com seu espirito
santificado;
e o cordeiro, cuja missão foi ser esse
simbolo, prevalecerá como Realização
da Existencia Cristica no Oceano
Divino.

LIN YUTANG - A IMPORTANCIA DE VIVER


No capitulo respectivo do livro K´aop´an Yushih,
escrito por T´u Lung, temos a seguinte descrição
do gôzo do incenso:
"Multiplos são os beneficios do uso do incenso. Os
sábios reclusos, entregues à sua discusão da verdade
e da religião, sentem que queimar um ramo de incenso
lhes esclarece a mente e compraz o espirito. Na quarta
divisão da noite, quando pende do céu a lua solitária e nos
sentimos frios e desprendidos da vida, o incenso emanci-
pa o coração e permite assobiar descuidadosamente.
Quando se examinam velhos especimenes de caligrafia
ante uma janela clara, ou quando se canta ociosamente
uma poesia com um epanta-moscas na mão, ou quando
se lê de noite à luz da lampada, o incenso ajuda a dester-
rar o Demonio do Sono. Pode-se-lhe chamar, pois,
"o velho companheiro da lua".

terça-feira, 18 de dezembro de 2007


CAMINHOS NO INFINITO

Quando o conhecí, achei ele o homem mais inteligente do mundo.

A vida dele eram os livros e a música clássica.

Quando ouvia música, ficava em êxtase, e até sua fisionomia mudava.

Fiz dele um ídolo.

Eu costumava construir ídolos.

Continuava na mesma atmosfera de minha anti-vida: onde todos

São o que melhor deles é.

Os defeitos, vêm com a matéria.

A lama e a terra são o pior de nós mesmos.

Oxalá fosse-nos possivel vivermos somente no deleite da matéria

Das almas!

Meu olhar transfixiava o homem no afá da química de torna-lo

No que eu achava que ele realmente era.

Eu não estava enganada com ele – estava era comigo mesma.


Ele sabia a que viera e o que teria de responder à vida – eu não.

Eu não sabia a que tinha vindo.

Te encontrarei! Dito na Ante-Vida, é a mais absurda das Quimeras.

O acumulado magnífico de outras vidas, que na Ante Matéria é algo

Primoroso, aqui tem de ser decifrado.

E às vezes, o deciframos mal...

E o que deveria ser decifrado no principio, só é compreendido no fim

Da vida, quando só tem muito pouco tempo para ser desfrutado.

Porque afinal, o enigma de cada um é esclarecido com a compreensão

Do "em que erramos ".

É com nossos erros que esclarecemos "o outro ".

Vamos partir enfim, com a perfeição do que somos – ele e eu .

Inteligentes e vaidosos – e satisfeitos de nos terem dado a oportunidade

De ainda termos
vivido com a nossa verdade.

sábado, 15 de dezembro de 2007


O QUE SÃO...


De familia, herdei um lenço bordado em cambraia de
linho - se estiver certa esta classificação para o macio
tecido branco, que sobrevive ha mais de cem anos, sem
uma mancha, sem um fio danificado...
Quem o bordou, com um trabalho de agulha e linha, tam-
bém em branco, trabalho quase microscopio, devendo
aos olhos magnificamente estruturados uma obra quase
impossivel, de hoje em dia, ser feita.
A autora do trabalho, Anna Lage, bordou suas iniciais no
lenço - sua filha, Clarisse Lage, foi conhecida na Sociedade
Brasileira, do sec. XIX, por ser casada com um almirante
e Senador, signatrio da Constituição Brasileira.
Clarisse Lage I. do B., morreu com cinquenta anos em 1919,
por aí ve-se o quanto tempo tem esse lenço...

O lenço está se transformando em um sério problema...
Quero deixa-lo preservado num Museu - mas qual?
Pensei no Hitorico Nacional, com suas carruagens estilo
Imperio - numa urna de vidro, com um pequeno historico
escrito...

Me vem a memoria, o caso do rico vaso chinês de um mos-
teiro budista... O mestre pergunta aos discipulos como
se proceder quando existe "um problema" que tem de ser
zelado e cuidado, como é o vaso...
Um discipulo se levanta com um pau e quebra o vaso...
Acabou o problema...
Acabou?
Quem disse que uma coisa "desaparece"?
Os pensamentos que rodearam o vaso durante séculos,
fazem parte da atmosfera sideral e poderão ter sido
aproveitados como complemento para uma energia cósmica,
útil num processo afim com "o caso", e agora mesclados
em um processo qualquer atuante na Criação...

O QUE SÃO ESSAS COISAS?
- são pétalas perfumadas de criações angélicas na imensi-
dão dos Universos...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007


O BONDE



Eram oito horas da manhã.

Eu estava num bonde que corria de Ipanema à Copacabana.

Que fazia eu, num feriado às vésperas do Carnaval, naquele bonde?

Eu fugia.

Eu deixava uma casa de dois pavimentos em Ipanema, na Rua

Principal, a Visconde de Pirajá, residencia de classe média média,

E corria ali, eu, uma adolescente de uns 14 anos, para o apartamento

De um só cômodo, onde morava meu padrinho de batismo, para....

Exclusivamente usufruir da companhia dele... o que hoje, chamaría-

Mos, "curtir".

Nesses dias de véspera de Carnaval, ele recebia muitas encomendas

De shorts e bermudas, que ele, um homosexual, costurava, passava,

Para aquela porção de boêmios da vida noturna de Copacabana –

Usar no Carnaval.

Vinham também, as coristas do "Teatro Rebolado" pedir uma

Retocada numa fantasia.

Sabem também por que eu estava alí? Porque "aquela gente" me

Chamava de "Clarissinha" e eram todos carinhos para comigo, por

Ser eu afilhada do "Gaspar".


Na hora de buscar uma comida na rua, lá embaixo, eles perguntavam

O que eu gostaria de comer, e meu padrinho, acrescentava:

Ela não come carne, é hindu.
Como "eles" já haviam visto de tudo na vida e também experimentado

Boa parte "dela", achavam isso perfeitamente natural, e sem mais

Perguntas, traziam o que eu podia comer...

Muito diferente essa atitude da de minha casa, onde os burgueses da

Classe média, abriam os olhos espantados e logo acrescentavam:

- Mas isso é muito mal, a carne tem proteinas!

E no Carnaval, eu resolvi sair vestida com o sarong listrado das

Baiaderas hindús – as "Prostitutas Sagradas".

E foi la no apartamento, que uma ex-corista, grávida de seu primeiro

Casamento, isto sendo uma realização para ela, criada num orfanato

De freras, conseguiu enrolar o sarong de forma que me desse folga

Para eu caminhar.

Dela mesma, já com a filha de uns dois anos, ouvi:

Separei-me de meu marido, porque ele trazia um homem para a
Nossa cama, afim de fazermos uma surubada. E eu então, pensei:

Se é para ser puta, que eu seja sozinha.
Mas ela teve um segundo casamento em que foi muito feliz e adotou

Outra filha.

Eu pensava naquela casa preconceituosa que eu deixava naquela

Manhã, tão cedo, eu, a esquisita Clarisse para eles...

E onde está esse bonde?

Talvez tenha morrido numa estação e os pedaços de seu "corpo"-

Levados para um ferro-velho, após o decreto de retirada dos

Bondes – ou...

No Espaço, para onde for um dia meu espirito, onde eu possa

Navegar nele sem fuga, com todos os espiritos que viveram a

Segregação moral, quando tinham muita tolerancia dentro de si

Mesmos por tudo que tiveram de suportar na Terra, dos

Habitantes da burguesia da classe média...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


O PRESENTE É SEMPRE PASSADO


A Reencarnação não se prende jamais em teias
de lembranças.
Numa encarnação que vivi, ha tres mil
anos passados, hoje, a historia me mos-
tra fases por que passei; olho-as com
quase indiferença, a não ser pelo respeito
que toda historia de Vida, merece.

Pelo que ficou registrado dessa encarnação de
tres mil ano, quanto sofrimento, quantas manobras
de inteligencia e sagacidade foram empregadas...
E tudo isso hoje, é um registro de figuras esculpidas
e pintadas em muros.

Quem somos nós diante de um passado imenso?

O Tempo mastiga o que quer que seja Vida,
Existencia, engole o sofrimento e as vitorias,
cospe as nossas reservas e somos sempre novos
para outras experiencias.

Arranhamos a Eternidade com nossas garras,
e não sabemos retirar o dominio do Fluxo Eterno.
Que seja Ele, o Fluxo Eterno, masculino ou feminino,
o nosso Fluxo Eterno, não temos ainda um Espelho
para refleti-lo.

Quando não mais rastros de Vidas restarem para
que de novo reencarnemos, nosso Espirito está se
mirando em Espelho de outra Cosmogonia - e
agora é Outra a Face de Deus.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007



SETI I , O FARAÓ QUE FASCINAVA
AS MULHERES


Clarisse de Oliveira

Eu tenho uma amiga que esteve em Ábidos.


Estar em Ábidos, qualquer turista pode ter

estado lá – mas – passar por uma fenda entre os

Blocos do desmoronado Templo à Osiris,

Encontrar um campo com um capim que ela

Jamais tenha visto, ouvir o vento agitar esse

Capim num som parecido com cabelos de

Metal farfalhados, e por esse som de harpa

Assombrada, entrar em transe, não – jamais

Ouvi falar sobre e tenho a certeza – não

Ouvirei jamais; porque, quem recuperou um

Templo antigo, quase pré-dinástico, ali

Erguendo o fabuloso Templo à Osiris, foi

O Faraó Seti I, paixão da reencarnação de

Minha amiga no Egito.

Hoje em dia, ela é uma pessoa triste para

Todas as coisas, porque ante tudo, ela

Encontra a "falha" irrecuperavel de um

Desentendimento que houve entre os dois –

Assim, o mundo – no que ela chama de vida –

É como o planeta fendido – morando ela numa

Parte e a outra ela vê inalcansavel, sugada pelo

Cosmos...

Uns anos após te-la conhecido, me deparo com

A história de uma mulher de mais de setenta

Anos, que, sustentada por um andador para

Pode caminhar, passou a dormir num dos Templos

Vazios do antigo Egito, por pura paixão pela

Memória de Seti I, ali morrendo – dias após sua

Última fotografia – à porta do Templo.

Em relação à esse fato, minha amiga apenas disse:

Há! Como a invejo...!
A múmia de Seti I, revela um rosto belíssimo de

Homem, de cerca de 40 anos.

E qual é a verdadeira face do Presente?