quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Conto


Ádriana tinha 15 anos; era quieta e meditativa.
Não era bonita nem feia; morena, olhos negros
e cabelos castanhos escuros, compridos até
a cintura.

A familia, morando no interior do Rio de Janeiro,
era composta de pai, mãe, uma irmã e um irmão.

O pai trabalhava numa firma de arquitetura e os
irmaõs estudavam, como Ádriana.

Adriana odiava o colégio e o ambiente de casa.
Os irmãos só pensavam em festas e reuniões
com a música que Adriana detestava.
A mãe, resmungava o dia inteiro. O pai, ocupa-
do com o trabalho do escritorio, era calado e
indiferente.

Num passeio nos arredores de casa, subindo
numa colina para ter melhor visão de uma paisagem,
Adriana, encontrou Ágata.

Primeiro, o olhar de Adriana distraida, voava sobre
as montanhas da pequena serra - e de repente, o
céu encontrou-se com a Terra, em linha de horizonte:
- fundiram-se, e uma nova estação se estabeleceu.
Adriana incorporou-se ao novo estado e surgiu Ágata,
que era uma aparencia de Adriana borrada, toda
castanha, até com seu longo cabelo acobreado.

Ágata era completa - um cubo espacial, totalmente
equilibrado, sombrio como uma lua mergulhada em
Oceano metafisico.

Netuno com seu tridente controlava a Terra e o Oceano
metafisico e mantinha Ágata centrada em recepção e
emanação contínua.

Adriana continuou sua vida terrestre - de escola e lar.
Somente seus olhos tornaram-se totalmente escuros,
como a ágata marron, e sua respiração não era completa -
da, porque continuava noutra dimensão, como comple-
mento da fusão de dois mundos que se interpenetravam
como dois triangulos imaginarios.

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