Fui criada com as refeições sendo servidas em travessas de cristofle
Agora que moro só, E a diarista é tão preguiçosa quanto eu, deixo vir da cozinha a panela com a comida.
Hoje, na hora do almoço, estava observando a panela com macarrão: - Por que gosto de observar as panelas, os caldeirões?
Não uso mais toalha de mesa. Minha mesa atual, é colonial de vinhático, pesada e simples. Parece mesa das tabernas antigas.
Tive belos lustres de cristal... Mas gosto mesmo é de lustres de bronze, pesados... Minha pequena casa não comporta lustres... Uma amiga, me trouxe duas lâmpadas como se fossem luminarias de rua... Eu gostei e as pendurei do teto
Sobre um armário colonial, está a lamparina em bronze, com anjos peça barroca, belissima, que estava na capela-sepultura de meus avós - escapou de um roubo que sofreu a capela, pela caridade de um pássaro, que passou por um buraco no vidro da porta, e trazendo palha grossa, encheu a lamparina, deixando artisticamente, a palha tombar em volta... Mas quem disse que tenho coragem de ver a lamparina pendurada sobre minha mesa de refeições, depois de passar mais de quarenta anos numa tumba no Cemiterio?
Gosto dos canecos de estanho, alemães, com uma tampa, que a gente abre com o dedo polegar...
A minha casa é tão esquisita, que quando morei na Barra, os vizinhos no Condominio, a chamavam de "Estalagem Maldita"...
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
SOLIDÃO
Solidão é sentir-se infeliz. E o que é sentir-se feliz? É estar momentaneamente bem. E quando se está momentaneamente bem, - era isso mesmo que desejavamos?
Que sabemos das coisas boas e más - para nós? La no "imo", na "gruta" existe alguém que ainda não conheço muito bem.
Solidão - é um estado permanente. Solidão não é boa nem má. Solidão é uma planta constantemente a procura de Sol, Vento e Chuva. E mesmo que tenhamos o máximo que não esperávamos, o Imo que mora na Gruta, não sabe se agora ele está onde mais queria estar.
Solidão é Impermanencia. Pode-se tapear a Solidão com várias filosofias...
Para se chegar à conclusão, de que, Solidão não existe.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Liberdade
Eu observo as folhas das árvores no quintal Dá vontade de fazer parte do Vento e passar entre a folhagem, ir e vir, como um inseto zumbidor contente pelo que pode fazer
Mas, cerceada pela carne, montada num esqueleto de ossos, trazendo no topo uma caveira com olhos úmidos e cabelos compridos, tendo em seu interior, um amontoado de carne, como serpente enrolada adormecida, cérebro, e nesse monstro hediondo, uma noção de tudo poder, de ter solução para tudo
Que idéias terá o Espirito, numa outra estância que não é regida pela carne? Liberdade? Liberdade pertence à carne! Outro é o Estado do que se chama Espirito! E como no Espirito não existem vocábulos, o que dele vem, ja nos chega autenticado pela idéia da carne - e como é dificil ter do Espirito, somente o Espirito!
terça-feira, 25 de setembro de 2007
O ESPLENDOR E O SOFRIMENTO
A terra na floresta perto do Templo, era dura e escura
Ele surgiu numa aparição repentina
Sua magestosa cabeça, coroada para sempre com o diadema da realeza dos animais, me fixou com altivez, sem acolhimento, nem simpatia
Ajeitei meu corpo, ja não jovem e cansado, doidas as pernas sobre a terra e as raizes duras
mas ele, o rei, o mais belo dos animais, virava a cabeça de esmeralda, com antipatia e desprezo, e eu com dores e sofrimento do meu corpo estendia-lhe minha mão com sementes de goiaba o sofrimento humilde contra a altaneira beleza - um ser pensante diante de um ser irracional, mas mais belo que o céu estrelado servindo de chão ao Globo Terrestre,
ele bicou as sementes, com os olhos fixos em mim
o Esplendor do Pavão diante da miséria do corpo humano
sábado, 22 de setembro de 2007
O Ermitão
A casa de madeira onde vivera Pen, o ermitão, estava abandonada, com a porta aberta batida pelo vento. Os objetos que lhe pertenceram jaziam ao leo, uns sobre os moveis, outros sobre as roupas de sua cama, ainda com o cheiro do corpo de Pen. Para o povo daquela região, aldeia rural, aqueles objetos não serviam para muitos deles - as mulheres, os apreciariam melhor: a maior parte, era chinesa, delicada demais para suas vidas rudes: ventarolas pintadas em papel, bibelôs de madeira entalhada, tabuinhas de marfim com escritos em chinês, tigelas pequenas em porcelana, pentes de sândalo... A alma de Pen se deleitava na região aonde fora parar: bastava uma ideia poética e um movimento suave como uma pluma de passaro, se fazia pressentir perto dele... Um suspiro, e a emoção que o provocara se reconstituia em movimentos estranhos, se materialisando na sabedoria budista que fora o seu esteio no paraiso que se fizera para sua vida na Terra...
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
UMA VÓZ AO LONGE
A proximidade existe pela sensação dos sentidos. Quando aniquilamos os sentidos, - vista, audição, presença, sendo apenas a percepção, tudo se transforma numa só coisa - a percepção tanto "percebe" como elimina a separatividade "das coisas". O principal da Percepção é que ela transforma os sentidos, reportando-nos ao Capitulo do livro "A Autobiografia de um Yogui" de Paramahansa Yogananda, em que o Mestre relata que num mundo do Astral, ouvimos com os olhos, vemos com os ouvidos... A Percepção não é um desligamento, mas uma concatenação com outra onda vibratória. Cada Onda Vibratoria é um Aspecto e nos adaptamos a Cada Aspecto.
domingo, 16 de setembro de 2007
Hinduismo / Budismo
A Devoção que desperta o Fogo as chamas que representam a Aureola de Cristo As chamas das Fogueiras dos Vedas - um simbolo ainda fraco da Emanação do Centro Cosmico, - Haste do Interior de nosso Corpo - fogo que desperta o Poder Shivaista que retumba com sua Dança no Centro do Universo onde a repercursão do bater de seus Pés , mantem o Som Cosmico OM
A Misericordia e o Imenso Amor fazendo-nos herdeiros do que é nosso transmutado em Universo arrebatado em Nós e no Mundo revertendo o mesmo que em nós para Verdade no Exterior e no Interior Budismo
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Ao Entardecer
Eu estava deitada na rede na varanda. Divisava os galhos finos da imensa árvore no jardim - o jequitibá.
A tarde caía, ja 17hs, e então uma estranha coisa aconteceu: - um clarão fraco, quase imperceptivel, se fez sobre as pontas dos galhos mais altos. Poderia ser um relampago, mas não havia uma núvem...
Talvez a energia acumulada de um dia de verão, onde ha um mês não chove... Seria?
Meu desejo de que o fenomeno fosse algo "sobrenatural" para encantar o meu "quarto-de-criança" no Palácio do Epirito, onde moro encolidinha, sempre receosa das agressões terrestres, acelerou minhas batidas cardíacas, e minha respiração parecia comandada pela varinha-de-condão de uma fada, com a res- sonancia mágica que ecoava no Misterio da Magia. E ouvi o Som Eco Espiritual da Verdade do Universo como a Paz que procurava.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Tarde Silenciosa no Templo
Está calor no Tamil Nadu. Os mestres de música e hinduismo, na pequena sala junto ao recinto onde se acha o altar, estão subjugados pelo extenso calor. A floresta que rodeia o Templo de Murunga e é rasgada aqui e ali pelas colinas rochosas, não é bastante para refrescar a tarde de verão. As baiaderas, acostumadas a andar descalças, as solas dos pés ásperas pelos passos de dança sobre as rochas do chão, não sentem magoar o pés. Um vento tão quente como brasas sopradas, agora curva as árvores e faz os pavões e os macacos buscarem abrigo nos corredores externos do templo, onde colunas de pedra sustentam seus tetos. O perfume dos defumadores se desmancha na atmosfera levantada pelo calor e o vento que invade todos os ambientes.
As mãos se cruzam sobre os peitos, onde o coração pulsa entre as mãos dos Devas: a entrega da alma à Krishna, que sopra a Kundalini para o chakra entre os olhos. O corpo se transforma numa transparencia de luz vermelha onde até o ar impelido pelos sorvos da Yoga Sagrada, eleva a atmosfera da Devoção ao Explendor da Massa Ignea Cristã.
A imersão na Devoção ao Cristo, nos retém, fazendo-nos nos perdermos quase Infinitamente.... a volta ao Mundo Terra, é como centenas de carruagens trazendo os deuses para a consagração de uma unica Alma, no que Ela vale naquele Momento Indescritivel...
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
PALACIO DA TRANQUILA LONGEVIDADE
Um Povo, como o chinźs, que construiu a Cidade Proibida e um dos Palacios da Cidade, se chama "Tranquila Longevidade", esse povo foi habitante de uma Cidade muito maior do que a Cidade Proibida. Em algum lugar no Kosmos, entre brumas coloridas e orvalho de ouro, existem almas cuja sensibilidade capta uma energia que traz consigo a faculdade de transformar a compacta atmosfera terrestre em filosofia transcedental. Transcedental, para que e em que? A Delicadeza sutil no misticismo permanece para que seja possivel captar a compreensćo e senti-la, a essencia do Tao que tem tudo e nćo se caracteriza e assim mesmo torna possivel Que Seja. Essa Finura no Espirito, arte dos Deuses, Imortalidade entre os humanos, faz com que se reverencie todos os aspectos do Existir.... Palacio da Tranquila Longevidade... a Sabedoria conduzindo a Dor, a Incapacidade, a Velhice, a Pré- Morte... Desse Mundo Cósmico, vźm os chineses que nascem na Terra. É uma parcela pequena de Sįbios, pois aos seus pés, ainda que intuitivamente tenham em sua memória essa atmosfera cósmica, o povo chinźs é capaz de crueldades: hoje nćo existe mais, mas a dolorosa deformaēćo dos pés das meninas, o comer-se de tudo, como até os cćes, e mesmo os castigos que foram feitos na Cidade Proibida por seus Imperadores e a ultima Imperatriz, a que entrou ali com o nome de Orquidea, e como esposa do Imperador, na viuvez, herdou o Imperio. A Cidade Cósmica continua, protegendo sempre as almas que tendem um dia a se revelarem para ajudar a Transiēćo da Humanidade que povoa a Terra.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Paraiso Terreno
Na contemplação, vamos nos desvencilhando de resquicios materiais; - desatamos este e mais este cipó que se enreda em nós e tem tanto de nós que nos é dificil de nos desvencilharmos dele... Para cada trecho da floresta terrena limpo, vemos uma abertura em nossa consciencia que nos conduz à uma zona astral com atmosfera dos encantados Campos Elíseos. É um pouco do Paraiso do Espirito que gozamos na Terra.
O Céu está oculto na Terra em trechos que só os "Extra Terrestres" vêm.
É uma "morte" maravilhosa... Quando morrermos, será assim: ao lado dos campos espiritualizados, correm trechos de baixo astral - das almas que se debatem ignorando que bem perto delas, está uma libertação do peso de suas consciencias.
A visita aos Mestres em que vivemos, saturando-nos com sua essencia divinisada, é outra recompensa que expande nosso Espirito. clarisse
Abhaya Chaitanya - En Las Horas de Meditacion
Purifica tu mente! Purifica tu mente! Esto, ahora y para siempre, es el significado único y total de la religión. Desarrolla continuidad de pensamiento, conduciéndolo por lo más elevado. Desarrolla más y más, la firmeza de propósito. Y, entonces, nada ya te podrá resistir. Irás hacia tu meta con la velocidad del águila. Oh, si pudiera uno pensar a todo hora em el Altíssimo! Eso seria ya, de por si, la Liberación.
Um tempo estranho
Almocei no largo que tinha restaurantes em prédios centenarios ou milenarios. Depois, procurei a casa de Goethe. Não falo alemão, mas o homem que me atendeu na porta que dava para o pátio ao lado da casa, conseguiu me fazer compreender que a casa estava em obras e que eu não poderia entrar.
Uma chuva miuda, caracteristica de Frankfurt, caía naquela tarde. Sem estar muito frio, caminhei até a estação do Uban e voltei de trem para a casa onde estava hospedada em um quarto alugado.
Não conseguia concatenar as ocorrencias: a casa do Escritor fechada, a chuva, o trem... porque voltara para a casa de hospedagem...
A Sequencia, é uma maneira de pensarmos. Primeiro uma coisa, depois outra, outra... e era formado um acontecimento. Me refugiei na alma e desmanchei toda aquela tarde - Goethe, meu quarto, o restaurante... Me recordei do uivo de um cão - fiquei com pena do animal e também tentei desfazer o que ocorria com ele...
Me ocorreu: Você só pode transformar quando alcança a sublimidade do Espirito.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Figura Pequena
Somos os pequenos.
As vezes, em certos campos, como não é apropriado sermos vistos, entramos pequenos.
Na Magia, não existe tamanho.
E as vezes muito longos, nos estágios acima da camada terrena.
Os pequenos bonecos seguirão nossa vida quando deixarmos a Terra.
Eles terão desfeito o seu grupo - virão aqui e os levarão para longe uns dos outros.
Sei que manterão o magnetismo que os unia - sempre apelando pelo que restou de vida minha neles - e os abandonarei porque nada poderei fazer por eles.
Hoje recebi a boneca vinda da Inglaterra. Pode ser fabricação chinesa, mas ela ja se sujeitou a mim, e uma fatia de minha existencia ja está com ela.
Estranho horizonte - além da Vida e da Morte que nos separará para sempre.