Detalhes sobre a Adoção da menina Ruth, filha do cozinheiro chinês (Li Po) Afonso Lyrio e sua esposa Joaquina Angélica Lyrio
Naquele dia, como fazia todos os dias, Clarisse Lage Indio do Brazil, entrou na cozinha de sua
mansão... entrou e notou uma criança-bebê, dentro de um grande caixote... e no mesmo instan-
te se encantou com aquela meio-chinesinha... e perguntou do que se tratava... imediatamente,
o cozinheiro chinês, se adiantou e falou para a patroa:
- E minha filha, senhora! Minha esposa está internada num hospital para uma operação... e
não tinhamos ninguém para ficar com a menina...
Clarisse pegou a criança, e a levou para o seu quarto, onde a deixou com uma de suas criadas;
imediatamente mandou atrelar a charrete e foi percorrer lojas para comprar fazendas para as
roupas da nenem... que ja se chamava "Ruth"...
O marido de Clarisse, Arthur Indio do Brazil e Silva, Almirante e Senador, era muito amigo do
Imperador Hiroito, do Japão... e logo, junto com maravilhosos presentes, do Imperador, pas-
saram a receber magnificos quimonos de seda bordados, com que Clarisse vestia sua filha
adotiva que ela chamava por: - Mon porte-bonneur (que em português significa "minha porta-
dora de felicidade") - e a cidade do Rio de Janeiro, naquela época, apreciava a carruagem
puxada por uma égua negra chamada "Aida" - e dentro da carruagem, uma senhora distin-
ta com uma menina ricamente vestida com quimonos bordados do Japão - em verdade, a
criança era filha de pai chinês, mas o seu tipo estava de acordo com os quimonos japoneses.
Essa felicidade, durou até o dia em que Clarisse foi ferida por um tiro de Mario Coelho, em-
pregado da Leopoldina Relway, e taquigrafo do Senado - crime de um viciado em cocaina
que praticou o desatino para contentar um politico em desacordo com o Senador... por isso
era triste ouvir-se a menina Ruth, perguntar pela madrinha-mãe, que não via: -
- Cadê a Dindinha? Cadê a Dindinha?
Então, a vida da menina Ruth, foi uma linda estória no convivio da menina com seu pai adoti-
vo que nunca mais casou... a menina chamava seu "pai", "Arthur" por "Tuca" que é o apelido
de "Arthur"...
O Senador, criou a filha com todo o cuidado que podia... vieram professores de Canto, lin-
guas como o Francês, Inglês e o Italiano da professora que era ao mesmo tempo mestra de
bordado e do idioma Italiano... Ruth nunca foi à colégio... estudou em casa e era muito pren-
dada... estudou piano, também... costumava lanchar na Confeitaria Colombo, com o padri-
nho Tuca... Ruth não viajou, não conheceu a Europa, pois o padrinho, sempre dizia:
- Não, minha filha, posso morrer e você não estará comigo...
Fizeram amizade com uma poetisa e escritora, Esther Ferreira Vianna, espirita Kardecista
professora de colégio primario, e essa poetisa que fez o conhecido poema das últimas
palavras de Clarisse no Hospital, após ouvir o pedido de perdão que a mulher do Assas-
sino, Alice Teixeira Coelho pedia, Esther, compôs o conhecido "Perdoa, Coração", como
Clarisse chamava o marido... As vezes, eu Clarisse, filha de Ruth, ia passar a tarde com
Esther, na sua magnifica residencia na Rua Francisco Otaviano, em Copacabana... e me
contava que Ruth quando levava reprimendas do padrinho, corria para a casa dela e che-
gava lá chorando e dizendo: - o Tuca não gosta mais de mim... e no mesmo instante,
ouvia-se o telefone e era o Senador perguntando pela afilhada:
- D. Esther, a Ruth está aí?
- Está, Almirante...
- Diga a ela, que vou mandar o chofeur busca-la...
- Sim, Almirante...
clarisse
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