Quando meu pai, Arquiteto pelo Banco do Brasil foi construir a Filial
do Banco no Maranhão, logo que terminou sua missão, voltamos
para o Rio de Janeiro, pois a Guerra Mundial ja estava começando.
, e alguns navios na costa do Rio de Janeiro ja tinham sido bombardeados
pelos alemãs...
Assim, como nossa casa em Ipanema estava alugada, enquanto o inqui-
lino não saia da casa, ficamos em casa da minha avó Joaquina, casada
com o chinês naturalisado com o nome "Afonso Lyrio".
Quando terminava o jantar, meu avô lia um velho jornal chinês em voz
alta, para não esquecer o idioma...
Quando meu avô morreu... eu telefonei para vovó pedindo o velho jor-
nal chinês... ela, com displicencia, me respondeu:
- Aquela porcaria, joguei fora...
Fiquei tristissima, mas, o que podia fazer?
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Amiga da familia, a poetisa e escritora Esther Ferreira Vianna Calderon,
era espirita e mesmo sem estar em Seção Espirita de Efeitos Fisicos,
Materialisações, etc., ela recebia cartas dos espiritos em suas tardes
na deliciosa casa entre Copacabana e Ipanema.
Eu, Clarisse costumava ir passar algumas tardes com ela...
Numa dessas tardes, Esther, a prima dela Laurita, que era tocadora de
cítara e eu, conversavamos na Biblioteca... e de repente, Esther gritou
para mim, que lia um livro de Linn Yutang, sobre uma mesinha de jogo
de cartas:
- Clarisse! Aí embaixo da mesa tem umas crianças com uns papéis
nas mãos!
Me abaixei e vi os papéis que a medium Esther estava vendo....
e os papéis eram tiras e pedaços do jornal chinês que meu avô lia e
sabia que eu desejava... e que os tenho até hoje... e de onde ele foi
buscar, nem imagino...
clarisse
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