quinta-feira, 26 de abril de 2007

O ESTRANHO SER

O ESTRANHO SER

Murta achava o cérebro asqueroso, semelhante a um monte de
tripas.
Achava tembém o corpo humano um depósito de bosta.
Afora os olhos, que à ela se assemelhavam à duas preciosidades
do mundo das Almas, tudo o mais era repugnante e feio - disfar-
çado com os recursos da maquiagem e dos perfumes - o corpo
logo ressendia, exposto à alguns minutos a uma temperatura um
pouco mais elevada.
Os horripilante pulmões, ainda assim, retinham o ar, a única
coisa leve e suave que fazia parte da vida do ser humano.
Aliás, o Ar era o elo entre a vida e a morte = o grito do recem
nacido no seu primeiro alento e o "ultimo suspiro" na sua volta
ao Mundo das Almas e dos Espiritos.
Compensando o Ar, se estabiliza as funções do corpo.
A Meditação só ganha seu aspecto de "Fiel da Balança" quando
enquadra o corpo humano no equilibrio da respiração, no seu
vôo planador na Região do Espirito - até onde a alma pode alcançar
na sua prisão do corpo fisico.

Murta, vegetariana e comendo pouco, quase vivia da Energia retira-
da da respiração.
A Energia se transmutava nas vitaminas retiradas dos alimentos,
que por sua vez, vibravam com a posse da energia dos minerais,
Energia esta captada da atmosfera e da vibração da terra - por isso,
Murta andava muito descalça.

Estranho Ser, foi-se transformando Murta, com olhos verdes com
pontos dourados, e, que quase não piscavam, e um leve sorriso,
substituindo as palavras.
clarisse

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