sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

TRECHO DE CARTA DE COELHO NETO

DESENHO DE ROGEL SAMUEL


- Meu amigo
Se o sol, quando tramonta, desapparecesse de todo, o mundo pareceria gelado.  O calor do astro, sob a cinza da noite, é que mantem a vida na sua continuidade perenne.
Quem diz, falando de um ente extincto-morreu-nunca verdadeiramente o amou. Se na ausencia entrasse o esquecimento, andaríamos sempre a refazer a união, porque a vida é um ir e vir constante como o das ondas.  Mas para o verdadeiro amôr, o tempo é como o infinito, que se não mede, e nelle vale tanto um minuto como as eras. O amor, na sua verdadeira significação sublime, é o sentimento absoluto e, como sentimento, é a alma sendo, por sua origem, immortal.
O que se quebrou na pedra do sepulcro foi o vaso da perfeição, a essencia, essa,  impregnou-se-te n´alma, fundindo-se, para o todo sempre, no teu proprio eu.
 
Este trecho de carta, pertence à carta que Coelho Netto escreveu para o Senador e Almirante Arthur Indio do Brazil e Silva, por ocasião do assassinato de sua esposa Clarisse Lage Indio do Brazil, em 1920, no Rio de Janeiro.
Trazendo no nosso Eu, o Amor reconhecido em tudo como um reflexo no Espelho dos Sentimentos semelhantes, iguais, aos nossos Sentimentos, com relação ao ente amado,  estamos dando à Alma do Ser amado, os Efluvios Eternos  da Sinceridade Divina.
O Reconhecimento na Divindade Eterna, é a Sinceridade da Verdade no Governo de Deus.
Em Deus está um Espelho que Reflete a Verdade.
e a Oportunidade da Eternidade no Homem
a Pergunta a Si Mesmo Sempre Respondida
 





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