sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A BRUXA


A BRUXA


Ignea, era filha de um negociante às margens
de um ancoradouro numa praia de turismo.

A loja era uma papelaria e livros pequenos, " de
bolso".

Às vezes, Ignea ficava na loja para o pai ir almo-
çar: Ela era uma moça de uns 27 anos, morena,
cabelos castanhos escuros, olhos castanhos
dourados, cílios negros e longos.
Os traços de Ignea eram indefinidos, e ela era o
tipo do cruzamento da raça europea com a na-
tiva da America do Sul.
Tinha momentos de mutismo e de conversa ani-
mada,
Gostava de conversar sobre o mar e os iates que
aportavam naquele pequeno porto.

Muitos rapazes entravam na papelaria, para com-
prar cartões com vistas do lugar - e um dia, um,
chamado Pedro, ali entrou.
Na escolha dos cartões, conversou com Ignea
e à tarde, por volta de umas sete horas do anoite-
cer de verão, passearam e se amaram sobre a
areia, entre as palmeiras.

Depois, Ignea, nunca mais o viu.

Relataram-lhe contudo, que Pedro andava pela
cidade e tinha uma namorada loura.
Também lhe contaram que o casal passeava num
barco a vela de vez em quando.

Ignea localizou o barco.
Era um iate pequeno, que tinha uma grande vela
vermelha.

A turma de Pedro se divertia em namoros, e be-
bidas, nos passeios de Iate.

Numa tarde, a turma do iate viu um navio negro
que se aproximava do barco.
Nenhum navio se aproximava tanto da praia,
onde velejavam os barcos de recreio.
Temerosos, notavam que o navio se aproxima-
va de quilha sobre o iate, como se pudesse
corta-lo como navalha.

O entardecer se fazia, e a noite se aproximava.
Apavorados, atiraram-se nas águas e quiseram nadar o
mais rapido possivel para longe dos barcos.
Mas, a sombra imensa, monstruosa do navio se
aproximando e começando a cobrir o pequeno
iate, os apavorou de tal modo, que muitos deles
se deixaram cobrir pelo proprio barquinho, fi-
cando presos sob o calado.
Pedro teve uma perna decepada nessa manobra,
sabe-se lá, se até com a propria hélice.

A sombra monstruosa do navio ultrapassou o iate
e a noite engoliu todo aquele terror.

Ignea, estendera os braços para o Oceano.
Dentro de seu corpo, havia um navio negro como a
sombra.
Ignea se entregou à Sombra.
E num mundo de Caos das Almas, ela penetrou nas
tragédias marítimas e no sumo fluido daqueles que
nelas haviam perdido suas vidas terrenas.
Habitou durante um tempo indescritivel o mar dos
afogados, e da sua tristeza, criou um Navio Fantasma.

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