quarta-feira, 4 de março de 2009

TAO


Tao - Philip Rawson y Lazlo Legeza - Filosofia Chinesa que ordena o Universo



Não é fácil transformar-se totalmente a si próprio e viver com a consciencia permanente da verdade do tao. Os poetas chineses consignaram, mais de uma vez, sua ansiosa procura desta serenidade. Os artistas esclarecidos procuraram imagens com as quais captar sua presença. É o significado intrínseco das maiores demonstrações de arte chinesa. Não obstante, os incontáveis calígrafos taoistas que dedicaram sua arte a escrever lindamente "wu-wei" - a não ação - viveram na própria carne a grave dificuldade de alcançar essa condição espiritual a que se referem estes dois caracteres. É impossivel agarrá-la por um ato de vontade. Todos os conhecimentos da magia, do misticismo e da filosofia taoista desenharam-se com o proposito explicito de traçar aproximações a essa cimeira de enganadora simplicidade. Tem o sabor da fresca água do manancial não experimenta obstruções nem divisões e parece com o ar diáfano. Carece de pretensões e não apresenta pedidos. Da sua posição vantajosa, o ontem e o
amanhã são iguais, tal como a formiga e o imperador. No seio do tao, a era mais longínqua não se encontra a maior distancia que o instante que acaba de transcorrer.
Um fragmento do Chuang-tsé descreve os autenticos sábios taoistas. Trata-se dos que perseguem o fluir natural do Céu e da Terra, os que se cultivam sem se entregar à "complacencia" nem à "retidão" e os que alcançam o êxito sem a fama. Conseguiram a longevidade sem cultivar a respiração. Suas qualidades são identicas às da substancia absoluta do tao: placidez, indiferença, silencio, serenidade, vazio e não ação. Estão uniformemente equilibrados e cômodos; as ansiedades e o mal não acedem aos sábios,
nada de desagradavel os pega desprevenidos. A vida de cada sábio é como o movimento celeste e sua morte é a transformação partilhada pela totalidade das coisas. Na quietude, sua virtude é yin, e sua difusão, yang. Não toma a iniciativa para provocar a felicidade nem o desastre; raciocina perante cada influencia, move-se à medida que experimenta pressões e atua quando deve fazê-lo. Rejeita a sabedoria convencional e todas as recordações do passado e continua harmoniosamente as linhas do céu. Sua vida é o flutuar e, sua morte, o repouso.

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