terça-feira, 15 de maio de 2007


O Amante e o Cão


A lembrança
da chuva fina,
dos tornozelos arranhados
e sangrando da terra e da pedra

As unhas que dilaceraram
seu torso moreno e liso,
os dedos que correram sobre
os musculos de seu peito

Os labios feridos de teus dentes
afiados pelos bagos de cana que trincavas,
os negros cabelos,
de fios oleosos e densos.

De minha Vida,
da Vida que tiraste,
nem a lembrança ficou...
pois eu desejava ficar eternamente
em teus braços
Mas,
de repente,
as cortinas dos Umbrais
se abrem
para deixar-te passar
levando para o Paraiso,
um cão,
o meu cachorro
que te confiei
para que de todo,
nesta Vida,
minha existencia não fosse
perdida.
por saudades de um cachorro.

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